Geraldo Alckmin critica ‘ativismo antivacina’ sob gestão Bolsonaro

Vice na chapa de Lula responsabiliza governo do adversário na disputa pelo Planalto por queda na taxa de imunização de doenças no país 

Geraldo Alckmin em encontro com médicos

Gustavo Schmitt - O Globo

O ex-governador Geraldo Alckmin, vice na chapa presidencial do petista Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quarta-feira que o Brasil vive uma espécie de ativismo antivacina sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e cobrou responsabilidade das entidades do setor de medicina do país.

Num evento em comemoração ao Dia do Médico, Alckmin relacionou os posicionamentos negacionistas da atual gestão federal à queda da imunização de diversas doenças. 

— Estamos vivendo um retrocesso civilizatório, um ativismo antivacina (...). Temos que chamar as entidades médicas a responsabilidade. O resultado está aí: caiu a vacinação da poliomielite, a BCG. Isso é uma irresponsabilidade — afirmou – ex-governador de São Paulo. 

Durante a pandemia, o Conselho Federal de Medicina (CFM) foi criticado por grupos da categoria que acusaram a entidade de agir com viés político alinhado a Bolsonaro e por avalizar o uso de cloroquina, medicamento ineficaz para o tratamento contra a Covid-19. 


'Vergonha dos médicos' 

Também presente ao ato, o médico Drauzio Varella disse que, pela primeira vez, durante a pandemia sentiu "vergonha dos médicos".

— Se a gente pensar nas medidas tomadas pelo governo federal são inacreditáveis. Foram contra o isolamento e o uso de máscaras. Como um médico, alguém que tem formação médica, pode fechar os olhos diante dessa barbárie que foi cometida no Brasil ? — indagou Varella, que ainda acrescentou: 

— Com o maior sistema de Imunizações do mundo o Brasil podia ter dado um show na pandemia. Nós poderíamos ter protegido milhares dessas pessoas que morreram. 


Virada de votos

Alckmin também tratou da conjuntura eleitoral e pediu aos presentes que trabalhassem para virar votos, já que parte da categoria médica tem preferência por Bolsonaro. 

O ex-governador também avaliou que o empenho da senadora Simone Tebet (MDB) na campanha de Lula deve ajudar o petista a reduzir a distância para Bolsonaro em São Paulo. Os paulistas deram 47,7% dos votos a Bolsonaro, contra 40,89% para Lula.

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