Justiça reconhece aliança de Tarcísio de Freitas com prefeito ligado com o PCC e nega direito de resposta

Candidato a governador bolsonarista e prefeito que é investigado por ligação com facção criminosa são aliados político, diz decisão do TRE-SP


A Justiça Eleitoral negou direito de resposta para a campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) contra a propaganda veiculada no horário eleitoral que associa o candidato a governador bolsonarista ao prefeito de Embu das Artes, Ney Santos, também do Republicanos, que já foi preso e é investigado por ligação com o PCC.

A propagada foi construída em cima de documentos públicos, inclusive reportagens que comprovam a relação suspeita de Ney com a facção. A campanha de Tarcísio alegou que a propaganda “manipula imagens de vídeo para transmitir a ideia ao eleitorado de que o candidato Tarcísio de Freitas teria uma associação com a conhecida facção criminosa, o PCC”.



No entanto, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) entendeu que da propaganda não se extrai “qualquer conteúdo ofensivo à honra” de Tarcísio, e sim apenas menção aos seus aliados políticos. “Ney Santos é realmente aliado político do candidato representante. O fato de que referido senhor foi investigado por ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital”, reconhece a Justiça. A decisão cita ainda que a suposta relação de Ney com o PCC foi amplamente divulgada pela mídia e “não constitui, portanto, fato sabidamente inverídico”

Ney Santos tem em seu histórico diversos episódios que o ligam ao crime organizado. No momento ele é investigado pela polícia e pelo Ministério Público de São Paulo por ter ligação com o PCC. Em 1999, aos 19 anos foi condenado por receptação e formação de quadrilha. Em 2003 foi novamente condenado, por assaltar um carro-forte portando uma metralhadora 9mm. Ficou dois anos preso, mas depois foi absolvido em segunda instância.

Em 2018, a Justiça Eleitoral cassou o seu mandato de prefeito de Embu das Artes por suspeita de uso de dinheiro do tráfico de drogas na campanha eleitoral de 2016. Em 2021, Santos foi novamente condenado a dois anos e quatro meses de reclusão sob acusação de disparo com arma de fogo em uma via pública. 

No mesmo ano a polícia da Bahia encontrou armas e R$ 670 mil em uma fazenda do irmão de Ney Santos. Ele estava no imóvel foi preso e liberado após pagar fiança de R$ 27 mil. O partido de Tarcísio já repassou R$ 2,5 milhões para a candidatura da deputada federal Ely Santos, irmã de Ney Santos. Ela também já foi presa e é investigada de lavar dinheiro para o PCC.

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