As #FakeNews de Tarcísio de Freitas na entrevista para o SP1

Candidato de Bolsonaro ao governo de SP deu diversas declarações falsas em entrevista à TV Globo nesta segunda (12)

Tarcísio de Freitas

O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi entrevistado pelo SP1, da TV Globo, nesta segunda-feira (12). A entrevista foi conduzida pelo jornalista Alan Severiano. 

Foi a primeira da série de entrevistas com candidatos ao governo de SP e foi transmitida ao vivo direto do estúdio da TV Globo, em São Paulo. 

Os três candidatos que tiveram 6% ou mais na pesquisa Ipec de 6 de setembro são entrevistados ao vivo. A ordem de entrevistas foi definida em sorteio com representantes das candidaturas. Rodrigo Garcia (PSDB) será entrevistado dia 13/9, e Fernando Haddad (PT), dia 14/9.

Confira abaixo:

“A gente fez portos como nunca antes”.

A declaração é #FAKE. Veja por quê: Existem 36 Portos Públicos organizados no país atualmente. Apesar da gestão de Tarcísio de Freitas no Ministério da Infraestrutura ter financiado obras de melhorias em alguns portos no Brasil, como no Porto de Santos (SP), o governo de Jair Bolsonaro (PL) não entregou nenhum porto novo no país até o mês de setembro de 2022. 


“O governo rompeu com aquela lógica de escolha de mandatários, de escolha de ministros por partidos, porteira fechada”. 

A declaração é #FAKE. Veja por quê: Desde 2020, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) promoveu várias trocas de ministros para acomodar indicados políticos dos partidos do chamado ‘Centrão’, que formam a base aliada de apoio no Congresso Nacional. Bolsonaro também nomeou indicados políticos do Centrão em várias estatais, conselhos federais e diretorias de fundos bilionários, como no caso do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que teve um indicado do PL para o cargo antes mesmo do presidente da República se filiar ao partido para concorrer às eleições de 2022. Os partidos que têm mais indicados políticos em postos chaves do governo são Republicanos, PP e PL. Juntas, essas legendas controlam mais de R$ 149,6 bilhões do orçamento federal.


“O que eu vejo é a imagem [ambiental] do Brasil em alta lá fora, porque o Brasil está sendo eficaz no combate à inflação, o Brasil está gerando emprego, está criando empresas, o Brasil está crescendo, está se saindo melhor (...) Acho que melhorou muito [a imagem ambiental]."

A declaração é #FAKE. Veja por quê: O desmatamento da Amazônia tem batido recordes no governo Bolsonaro e levado preocupação à comunidade internacional. Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) apontou que, no período de agosto de 2018 a julho de 2021, o desmatamento no bioma aumentou 56,6% em relação ao mesmo período em anos anteriores. Em julho do ano passado, o presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Agronegócio, Marcello Brito, afirmou que a imagem do Brasil no mundo“é a pior da história e que a pressão acerca do desmatamento da Amazônia e tem atrapalhado o país no fechamento de novos acordos com outros países”. 

Em 2019, países como Noruega e Alemanha deixaram de repassar ao governo federal uma verba bilionária do ‘Fundo Amazônia’, de proteção da floresta, por causa da falta de comprometimento do país com a preservação da floresta. Em novembro de 2021, o embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, disse que os alemães não retomarão investimentos no fundo "sem a convicção de que o Brasil vai reduzir o desmatamento".

A avaliação feita por uma das maiores e mais reconhecidas ONGs ambientais do mundo, a World Wide Fund for Nature (WWF), sobre a participação do Brasil na COP26 apontou que os compromissos assumidos pelo país na conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, não foram suficientes para convencer o mundo de uma mudança na política ambiental do governo Jair Bolsonaro.



“A gente tem que olhar pro time de projeto que eu já organizei. Quem está comandando, por exemplo, meu programa de governo é o Afif Domingos. Que tem uma história com o empreendedorismo. Uma pessoa que criou o Simples Nacional, que criou o Pronamp, que lutou ao lado dos empreendedores do Brasil, que criou o MEI, o Microempreendedor Individual”. 

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: Dos três programas citados pelo candidato, apenas o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) foi criado enquanto Guilherme Afif Domingos estava no governo. O Pronampe foi instituído pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 18 de maio de 2020, enquanto Afif era assessor especial do ministro da Economia Paulo Guedes. Já o regime de arrecadação Simples Nacional foi criado em 2006, ainda no governo Lula (PT), quando Afif não participava do governo federal. Ele era presidente da Associação Comercial de São Paulo e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (FACESP).


"Pega a quantidade de crimes que aconteceram, crimes de diversas naturezas, que aconteceram nos batalhões usando a câmera corporal, e compara com os crimes que acontecem nos batalhões que têm por responsabilidade uma determinada área e eles não usam as câmeras corporais. (...) Você vai ver que a criminalidade aumentou onde o pessoal está usando câmera."


#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: O candidato vincula crimes de diversas naturezas como resultado da política de câmeras acopladas aos uniformes, mas o programa não foi criado como resposta à criminalidade em geral, e sim para reduzir o uso de força policial. Além disso, os crimes violentos, como o homicídio e o feminicídio, estão em queda no estado, e não há dados disponíveis por batalhão.

As chamadas Câmeras Operacionais Portáteis (COP) começaram a ser usadas em São Paulo em maio de 2020 com 585 equipamentos, que devem chegar a 10 mil até o fim de 2022. 

No anúncio do projeto, o tenente-coronel Robson Cabanas Duque, gerente da iniciativa, afirmou em entrevista ao g1 que as câmeras garantem a produção de provas mais qualificadas pelos PMs para serem usadas em inquéritos na Justiça, a dissuasão de abordagens violentas contra os policiais e o aumento da confiança no trabalho policial. Além disso, a adoção das câmeras em São Paulo já tem salvado vidas da população e dos próprios policiais. Em outubro de 2021, reportagem do Fantástico mostrou queda de 46% nas mortes provocadas por policiais nos 18 batalhões que adotaram a câmera em junho do mesmo ano. 

Em abril de 2022, dados do Anuário de Segurança Pública comprovaram que a quantidade de mortes por policiais após a adoção das câmeras caiu de 18 para 4 entre 2020 e 2021, atingindo o menor patamar em 31 anos. A própria Polícia Militar atribuiu os bons resultados à adoção das câmeras.

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