"7 de Setembro: data de todos", artigo de Lars Grael

7 de Setembro deve ser celebrado por todos nós brasileiros sem distinção ideológica e sem a contaminação do processo eleitoral em curso

O velejador, medalhista olímpico e campeão mundial, Lars Grael*


Estamos às vésperas da data histórica e cívica do Bicentenário da Independência do Brasil.

Aprendemos desde os anos de colégio, do brado de Dom Pedro I de “Independência ou Morte”, às margens do Rio Ipiranga. Marco da independência do Brasil, do Reino de Portugal.

Sem jamais ousar desmerecer o ato político e sábio do nosso primeiro Imperador Pedro I do Brasil & Pedro IV de Portugal, cabe destacar o papel não menos importante da Imperatriz Consorte do Brasil, a Arquiduquesa Leopoldine Caroline Josepha von Habsburg-Lothringen, a Maria Leopoldina da Áustria, a primeira Imperatriz do “Novo Mundo”.

Filha do Imperador Francisco I da Áustria e da Princesa Maria Teresa de Nápoles e Sicília, e cunhada do Imperador Napoleão Bonaparte, teve seu destino selado quando esposou-se com o príncipe herdeiro do trono de Portugal.

Maria Leopoldina teve educação ampla, nível cultural e científico elevado. Possuía conhecimento em Ciências Políticas e noções de governo. Foi considerada como a principal arquiteta da Independência do Brasil. Segundo historiadores, a Princesa do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves “abraçou o Brasil como seu país, os brasileiros como o seu povo e a Independência como sua causa”. A jovem princesa começou a defender a causa da independência, antes mesmo de Dom Pedro I.

Quando Pedro I viajou para São Paulo para “apaziguar a política” (o que culminaria na proclamação da Independência em setembro), Leopoldina em 13 de Agosto de 1822, exerceu a regência desde o Palácio de São Cristóvão no Rio de Janeiro como chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina com poderes legais para governar o Brasil. No dia 02 de setembro de 1822 aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, Leopoldina aprova a causa da Independência no Conselho de Estado e redige carta entregue ao Príncipe Regente no dia 07 de Setembro aonde sugere a Independência do Brasil, com a advertência “O pomo está maduro, colhei-o já, senão apodrece”.

Enquanto se aguardava o retorno de Pedro, a governante interina idealizou a bandeira do Brasil em que misturou o verde da Casa de Bragança, e o Amarelo ouro da casa de Habsburgo-Lorena. Depois disso, Leopoldina aclamada imperatriz, empenhou-se no reconhecimento e autonomia do novo país pelas cortes europeias, ao pai Imperador da Áustria, e ao sogro, Rei de Portugal. Morreu aos 29 anos, triste, enferma e rejeitada pelo marido. Ainda assim, era popular e aclamada pela população brasileira.
Outras mulheres teriam papel marcante na batalha patriótica como Maria Quitéria e Maria Filipa na Bahia, assim como, Joana Angélica abadessa do Convento da Lapa.

O papel da Imperatriz Leopoldina precisa ser eternizado na consciência da pátria Brasil.

07 de Setembro deve ser celebrado por todos nós brasileiros sem distinção ideológica e sem a contaminação do processo eleitoral em curso. Celebramos o Brasil de Maria Leopoldina e Dom Pedro, assim como, do herdeiro Dom Pedro II. O Brasil de José de Anchieta, Marechal Deodoro, Duque de Caxias, Almirante Tamandaré, Brigadeiro Eduardo Gomes, Alberto Santos Dumont, Ana Néri, Chiquinha Gonzaga, Zumbi dos Palmares, Marechal Mascarenhas de Moraes, Padre Cícero, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, até, a genialidade de Milton Nascimento que se despede dos palcos no ano do nosso Bicentenário. No esporte, temos que evidenciar nossos ícones e inspiradores maiores como Pelé, Ayrton Senna e Adhemar Ferreira da Silva.

Sim, possuímos sérios problemas sociais, em uma nação dividida pelo antagonismo político, e até pelo ódio ideológico. Que o 7 de Setembro seja motivo de reflexão e enaltecimento daqueles que forjaram a pátria amada Brasil. Que a união prevaleça, e a bandeira brasileira seja símbolo de todos, sobretudo da esperança.

Obs.: Fonte de pesquisa no Wikipedia.

*Lars Schmidt Grael
Velejador, medalhista olímpico e campeão mundial
Foi Secretário Nacional de Esportes (governo Fernando Henrique Cardoso) e Secretário Estadual da Juventude, Esporte e Lazer na gestão de Geraldo Alckmin no governo São Paulo.

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