O esquemão de Nelson Piquet no governo Bolsonaro

Sem licitação, empresa de ex-piloto foi contratada sem licitação e viu aumentar de R$ 3,5 milhões para R$ 6,6 milhões após aditivo; Piquet doou R$ 501 mil à campanha de Bolsonaro

Bolsonaro e Nelson Piquet

Apoiador declarado de Jair Bolsonaro, Nelson Piquet tem um motivo extra para torcer pela reeleição do atual mandatário do Planalto. A Autotrac Comércio e Comunicações, empresa que preside, receberá R$ 6,6 milhões por um contrato assinado em 2019, sem licitação, com o Ministério da Agricultura.

O valor contratado inicialmente foi de R$ 3,5 milhões. Em dezembro de 2020, o governo concedeu à empresa de Piquet um termo aditivo que, hoje, faz com que o montante chegue a exatos R$ 6.683.791,80. E as cifras podem aumentar ainda mais: há previsão no contrato para aditivos até 2026.

O empresário e ex-piloto doou R$ 501 mil reais para o presidente Jair Bolsonaro (PL), tornando-se o maior doador da campanha de Bolsonaro à reeleição. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O contrato em questão foi firmado com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para fornecimento de equipamentos necessários à manutenção do sistema de comunicação de dados e controle das estações meteorológicas.

Apesar do contrato vultoso, atualmente a Autotrac deve à União R$ 6,3 mil em impostos. Procurado, Nelson Piquet não se manifestou sobre o assunto.

Atualização (às 13h40 de 2 de agosto de 2022): Por meio de nota, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) afirmou que “o contrato foi celebrado em 22 de dezembro de 1997, passando por vários governos”. Disse que o INMET exige, em todo o processo de contratação, a comprovação da exclusividade de prestação dos serviços. “A empresa AUTOTRAC apresentou os documentos que demonstraram a razão da contratação na condição de exclusividade, situação em que a competição não é viável do fornecedor ou executante”.

Atualização (às 19h30 de 2 de agosto de 2022): Ao contrário do que afirmou a assessoria de imprensa do INMET, o contrato citado pela coluna foi de fato assinado em novembro de 2019, no primeiro ano do atual governo, como mostra o Portal da Transparência do governo federal.



Fonte: Metrópoles

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