Geraldo Alckmin assume discussão sobre legislação trabalhista com o empresariado

O candidato a vice-presidente também recebeu a missão de ampliar a interlocução com representantes do agronegócio, saúde, mercado financeiro e cultura

Geraldo Alckmin

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou a empresários que Geraldo Alckmin, seu vice na chapa à presidência da República, pode liderar as discussões sobre mudanças na legislação trabalhista. Aliados do ex-presidente afirmam que a proposta tem aparecido com frequência nas conversas reservadas com o empresariado. Se eleito, o ex-presidente quer fazer uma discussão ampla sobre as mudanças antes de propor alterações nas regras trabalhistas num modelo que foi testado nos seus dois mandatos na Presidência.

Diante da receptividade do empresariado à ideia, o que era uma sugestão vem ganhando contornos concretos e Alckmin passou a ser um porta-voz do posicionamento de Lula a respeito da legislação trabalhista em eventos dos quais participa sozinho com empresários.

Em encontro fechado com cerca de 20 empresários do grupo de líderes empresariais, Alckmin disse que as propostas de mudanças de um eventual governo de Lula não iriam rever o princípio do acordado sobre legislado, base da reforma trabalhista aprovada no governo Temer. Alckmin garantiu também que não haverá a volta do imposto sindical.

O programa do PT fala em uma nova legislação trabalhista, com atenção a autônomos, trabalhadores domésticos, teletrabalho e trabalhadores por app. Também defende respeitar “decisões de financiamento solidário e democrático da estrutura sindical”.

Apesar de o PT ter feito adaptações no discurso de campanha em relação à proposta de um “revogaço” na reforma trabalhista de Temer, esse assunto continua sendo um dos mais sensíveis para os empresários do setor produtivo. O tema é o mais recorrente nas conversas com os empresários junto com a reforma tributária. No mercado financeiro, a preocupação é com o fim do teto de gastos e o que Lula, se eleito, vai colocar no lugar.

O próprio Lula já se posicionou contra o imposto sindical. “A gente não precisa de imposto sindical. O que a gente quer é que seja determinado por lei que os trabalhadores e a assembleia livre e soberana decidam qual é a contribuição dos filiados”, disse ele em abril.

Alckmin recebeu a missão de ampliar a interlocução com representantes do agronegócio, saúde, mercado financeiro e cultura. O ex-governador passou a despachar do QG da campanha petista, com sala próximo a de Lula, e ganhou equipe própria para articular sua agenda.

Fonte: Estadão 

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