Geraldo Alckmin amplia estrutura de campanha

O candidato a vice-presidente passou a despachar no comitê da campanha no Pacaembu

Geraldo Alckmin (PSB)

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice de Luiz Inácio Lula da Silva,  ganhou uma estrutura própria de campanha para tentar ‘virar’ votos para o PT no interior de São Paulo e ampliar diálogo com representantes de setores refratários ao ex-presidente: empresários e representantes do agronegócio e da saúde em Estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

Alckmin passou a despachar semana passada no comitê da campanha presidencial no Pacaembu, bairro nobre de São Paulo, onde recebeu uma sala no mesmo andar da do ex-presidente, com quem se reúne regularmente para traçar estratégias de campanha. O ex-tucano conta agora com um time em sua retaguarda.

O núcleo político é formado por três aliados da velha guarda do PSDB, os ex-deputados Floriano Pesaro e Silvio Torres. Além deles, Alckmin conta com o apoio do sociólogo Fernando Guimarães, também egresso do PSDB e hoje no PSB, como os demais.

A assessoria de imprensa é comandada pelo jornalista Felipe Patury, que trabalhou na Veja, Época, entre outros veículos de comunicação.

O candidato a vice ganhou o reforço de um assessor e agora tem em seu time dois ajudantes de ordens, um direito concedido a todos os ex-governadores.

Nesta semana, por exemplo, Alckmin vai participar em Brasília do Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. O setor majoritariamente apoiou Bolsonaro em 2018 como reação ao programa Mais Médicos, que trouxe médicos cubanos para o Brasil.

O comando da campanha fez um mapa com as regiões “azuis” onde Alckmin venceu Lula em 2006. O foco da estratégia, segundo interlocutores, é reduzir a resistência conservadora a Lula e reforçar a narrativa de que ele faz parte de uma frente ampla em defesa da democracia, da Constituição e das conquistas sociais. Alckmin tem lembrado nas conversas que ele e Lula foram deputados constituintes.

A narrativa é que a vida separou o PSDB e o PT, mas as circunstâncias, leia-se Bolsonaro, uniu antigos adversários. Um símbolo desse movimento é o ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira que já declarou apoio à chapa Lula-Alckmin.

A campanha também integrou as agendas da ex-primeira-dama Lu Alckmin e da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher de Lula. A presença das duas em eventos e nas redes é uma tentativa de fazer um contraponto à primeira dama Michelle Bolsonaro, que terá um papel de destaque na campanha do marido.

“A aliança com o Alckmin não é só para ganhar eleições. É para governar o País. Lula construiu aliança com um vice com ampla experiência e que será utilizada a bem da reconstrução do País”, afirma um dos apoiadores da campanha e próximo a Lula, o advogado Marco Aurélio Carvalho.

Fonte: Pedro Venceslau e Beatriz Bulla

Comentários