Bolsonaro vai para a campanha perdido em seu deserto de ideias

Sem ouvir sugestões, o presidente chega a pouco mais de três meses da eleição sem discurso nem estratégia construtiva para mostrar ao país



Robson Bonin - Radar/Veja

Alguns poucos aliados de Jair Bolsonaro, hoje angustiados no comitê de campanha que vai tomando forma em Brasília, cravaram nesta semana um grave problema do capitão. Bolsonaro vive num deserto de ideias no Planalto. Imerso nas paranóias e intrigas de sempre, o presidente tornou-se um candidato extremamente difícil de se assessorar.

“Ele vive recorrendo a golpe e atacando as urnas, porque simplesmente não sabe falar de outra coisa. Ninguém consegue alimentar o presidente com algum discurso propositivo, ele não estuda, não tem dados, por mínimo que seja”, diz esse aliado. 

Sem ouvir sugestões, agindo por impulso ou focado nos bajuladores radicais de sempre, o presidente chega a pouco mais de três meses da eleição vazio. A participação de Bolsonaro num evento de empresários do ramo de alimentos reforça o quão perdido anda o candidato que hoje ocupa a cadeira de presidente.

Sem vislumbrar medidas para combater a inflação, o jeito foi implorar aos empresários para segurarem os preços no mercado. Quase um pedido de socorro. 

“O apelo que eu faço aos senhores, para toda a cadeia produtiva, para que os produtos da cesta básica obtenham o menor lucro possível para a gente poder dar uma satisfação a uma parte considerável da população, em especial os mais humildes”, disse Bolsonaro. 

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