As conversas de João Doria com investidores em Nova York

Pré-candidato do PSDB diz que falta de confiança do mercado em Lula e Bolsonaro deixa investimentos em 'standy-by'



Victor Irajá, de Nova York - Veja

Ex-governador de São Paulo e pleiteante à Presidência da República, João Doria (PSDB) levou a Nova York, nos Estados Unidos, uma mala cheia de argumentos a investidores estrangeiros a respeito do pleito e ouviu as principais demandas do empresariado para a próxima gestão do país. Segundo Doria, os investidores em Nova York demonstram “muita desconfiança e preocupação” com o governo de Jair Bolsonaro. O pré-candidato ouviu dos principais fundos de investimento do mundo que a instabilidade política envolve um temor crescente, principalmente nos aspectos referentes às eleições.

“A perspectiva do resultado eleitoral ainda não é claro. O mercado americano está em ‘stand-by’ em relação ao Brasil, embora a possibilidade de investimentos seja grande”, afirma ele, em entrevista a VEJA. Ele defendeu que a consolidação de uma candidatura paralela às do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) é necessária para atrair os investidores para o país. “Se tivemos uma perspectiva futura de estabilidade, de paz e respeito às instituições, isso, certamente, vai motivar os investidores aqui dos Estados Unidos se houver uma alternativa construtiva para o Brasil, certamente da terceira via”, afirmou. “As duas candidaturas têm grau de confiança pequeno, para não dizer nenhum”. 

“O Brasil perdeu investimentos estrangeiros por preocupação em torno das políticas de proteção ambiental”, disse. Doria defendeu a criação de um programa federal de pagamento por serviços ambientais, para fomentar a proteção das florestas e a confiança dos investidores estrangeiros no país. “O programa pode propiciar que o Brasil leve aos principais mercados do mundo o compromisso com a garantia de que as florestas permaneçam de pé, o que não é só de interesse das populações ribeirinhas e indígenas, mas do país como um todo”, afirma. 

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