Prévias PSDB: Doria acelera na reta final com disparos de mensagens e anúncio de apoio de tucanos históricos

Governador paulista investiu em tecnologia e pesquisas, além da busca de apoios de impertantes lideranças do partido

O governador João Doria, durante evento de campanha das prévias do PSDB

Às vésperas das prévias presidenciais marcadas para domingo (21), os governadores João Doria (SP) intensifica sua estratégia de buscar votos por meio de disparos de mensagens e costuras com tucanos da ala histórica.

Esta semana Doria obteve declaração de apoio do senador José Serra (SP) e do ex-governador Marconi Perillo na quarta (17).

Com o cadastro de tucanos no aplicativo de votação fechado desde segunda-feira (15), a campanha também ampliouo contato com filiados por meio de ligações e mensagens.

Acumulando vantagem entre os filiados sem mandato, que representam 25% da pontuação final, Doria intensificou as pesquisas, telefonemas e disparos de mensagens a tucanos em todo o país.

A campanha do paulista conta com a ajuda de uma consultoria e tem uma estrutura de call center robusta. Um mutirão feito num domingo, por exemplo, reuniu cerca de cem tucanos no diretório do PSDB de São Paulo.

A campanha de Doria investiu pesado em tecnologia. Aliados do governador fizeram pesquisas toda semana ao longo desse período, superando mais de 45 levantamentos.

Os resultados incluem análises e indicações de locais onde o governador teria potencial para avançar em votos.

A última pesquisa apontava vitória de Doria com cerca de 60% dos votos. Pessoas próximas ao tucano apostam que o índice deverá ser ainda maior. Creditam a ampliação da vantagem a uma "onda" de apoio de tucanos históricos, como Serra.

"Vamos ganhar as prévias, Doria construiu essa vitória com sua competência e aliados", afirma o presidente do PSDB da capital paulista, Fernando Alfredo. Ele minimiza as reclamações de spam: "quem reclama é porque vai apoiar Leite".

Na última semana, a campanha também aumentou o número de voluntários. Segundo pessoas próximas de Doria, há ex-prefeitos, vereadores e outros filiados atuando em 17 estados.

Outro ponto a favor da campanha paulista, de acordo com dirigentes, é a experiência em prévias passadas. O PSDB-SP já tem mapeado quais são os líderes que entregam mais votos, por exemplo.

Para montar a estrutura, Doria contou com uma consultoria. Segundo pessoas próximas, não foi usado dinheiro do partido para a contratação.

A executiva nacional do PSDB disponibilizou pouco mais de R$ 1 milhão para cada um dos três candidatos —a maior parte do gasto é com deslocamentos, hospedagem e eventos. Coube a cada diretório buscar mais doações e financiamentos para complementar as campanhas.

Dirigentes do partido passaram a reforçar que o voto é secreto e que não haverá divulgação de apuração por cidade.

Atuante junto a nomes importantes do PSDB, Doria abriu espaço em Goiás com o apoio de Perillo. O ex-governador, assim como Serra, mencionou a obtenção da vacina contra covid-19 por Doria como motivo para apoiá-lo.

Se a vacinação é o principal ativo do paulista, tornou-se uma dor de cabeça para Leite após a Folha revelar que, a pedido do governo Jair Bolsonaro, o governador gaúcho tentou convencer Doria a adiar o início da vacinação.

Auxiliares minimizaram o estrago da revelação a dias da votação, afirmando que o efeito nas redes foi pequeno e que o eleitor de Leite já está convencido. Já o pedido para adiar as prévias, outro erro político da campanha de Leite na reta final, provocou reclamações de aliados questionando se havia perespectiva de derrota.

Em um sinal de que a questão da vacina teve impacto, Leite convocou uma entrevista para rebater a questão da vacina, embora já o tivesse feito pelas redes sociais.

Fonte: Folha.com

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