Doria compra direitos da música 'O Homem Disparou' para prévias e campanha presidencial

Nova versão ganhou versos com contornos tucanos e vídeo com provocações a Eduardo Leite


O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), participa de evento do PSDB Mulher

Mônica Bergamo - Folha.com

O jingle "O Homem Disparou", que virou hit nas eleições municipais de 2020, embalará a reta final da campanha do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), nas prévias presidenciais do PSDB.

A equipe do governador comprou os direitos da canção da banda pernambucana Vilões do Forró tanto para as prévias quanto para a eleição de 2022, o que significa que outros candidatos não poderão usá-la.

A letra, que originalmente fala sobre um candidato "querido, atencioso" que disparou em popularidade entre os eleitores, ganhou novos versos com contornos tucanos (veja vídeo abaixo).

Na introdução, os dizeres "tamo junto, negada" deram lugar a "tamo junto, tucanada", enquanto o trecho "Nunca foi sorte / Sempre foi Deus" se transformou em "Nunca foi sorte / Sempre foi trabalho".



A paródia ainda celebra o fato de o governador ter capitaneado a vacinação contra a Covid-19 com a Coronavac, a primeira aplicada no país, substituindo o verso "trouxe a liberdade para o povo" por "trouxe a vacina para o nosso povo".

O jingle de Doria é acompanhado por um vídeo repleto de memes e que faz provocações ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que disputa com o paulista a indicação do PSDB para concorrer à Presidência em 2022.

Na peça, Leite é apresentado como um atleta de corrida em desvantagem em relação a Doria e também como o personagem de desenho animado Coiote, que tenta alcançar o personagem Papa-Léguas sem sucesso —sendo que este último aparece com o rosto do governador de São Paulo.

Nas eleições de 2020, o jingle pré-fabricado "O Homem Disparou" consagrou a campanha de diversos candidatos de todo o país. Na letra original, não há citação a qualquer nome ou número do candidato.

A música foi gravada em ritmo de pisadinha, variação do forró eletrônico mais acelerada e baseada em instrumentos como o teclado, que virou um fenômeno de popularidade no Nordeste nos últimos anos, quando bandas como a Barões da Pisadinha passaram a figurar entre as mais ouvidas do Brasil.

A música viralizou de forma rápida em grupos de aplicativos de mensagens e em redes sociais na internet. Oficialmente, o jingle já foi adaptado para candidatos de ao menos 220 cidades. Na época, o autor, César Araújo, estimou que número de versões podia ser até dez vezes maior, já que a maioria era feita sem autorização.

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