Relatório final da CPI da Covid sugere indiciamento de Bolsonaro, três filhos e mais 62 pessoas; leia a íntegra

O texto aponta nove crimes cometidos pelo presidente



O parecer final do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), apresentado nesta quarta-feira, 20, sugere 68 indiciamentos, incluindo do presidente Jair Bolsonaro, seus três filhos, Flávio, Eduardo e Carlos, e duas empresas – a Precisa Medicamentos, que tentou importar a vacina Covaxin, e a VTCLog, responsável pela logística do Ministério da Saúde. Após acordo entre os senadores do chamado “G7”, grupo majoritário da comissão, o relatório não acusará o presidente por homicídio qualificado nem por genocídio contra as populações indígenas.


Documento


O texto, que será lido na sessão de hoje da CPI, aponta nove crimes cometidos por Bolsonaro: epidemia com resultado morte, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, crimes contra a humanidade (modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos) e crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo).

Na última versão do documento, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) é acusado por incitação ao crime. Foram retiradas as acusações por advocacia administrativa, por supostamente ter atuado a favor da empresa Precisa Medicamentos, e improbidade.

Questionado na chegada ao Senado sobre como Bolsonaro recebeu a notícia dos pedidos de indiciamento, Flávio debochou. “Acho que ele recebeu da seguinte forma, você conhece aquela risada dele? ‘Hahahaha’. Não tem o que fazer diferente disso.”

Também foram retirados da última versão do parecer final os pedidos de indiciamento do pastor Silas Malafaia por incitação ao crime, e contra o empresário Emanuel Catori, da Belcher, por improbidade administrativa.

Além de Bolsonaro e seus três filhos, foram indiciadas outras 62 pessoas e 2 empresas. São acusados políticos, empresários e médicos. O relatório imputa crimes aos ministros Walter Braga Netto (Defesa), Marcelo Queiroga (Saúde), Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Wagner Rosário (CGU), ao líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), aos deputados e aliados do presidente, Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Osmar Terra (MDB-RS) e Carlos Jordy (PSL-RJ).

Fonte: Estadão

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