À CNN, Doria rebate Aécio: 'Não será em 2022 que PSDB deixará de ter candidato'

O governador de São Paulo defendeu que o PSDB tenha candidato à presidência em 2022




Gregory Prudenciano e Layane Serrano - CNN

Em entrevista exclusiva à CNN nesta segunda-feira (19), o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu o correligionário e deputado federal Aécio Neves (MG), afirmando que o PSDB terá, sim, um candidato à Presidência da República em 2022. Doria deverá disputar as prévias do partido para a candidatura presidencial com Eduardo Leite (governador do Rio Grande do Sul), Tasso Jereissati (senador pelo Ceará) e Arthur Virgílio (ex-prefeito de Manaus).

Doria pontuou que o PSDB teve candidatos em todas as eleições presidenciais desde sua fundação e que "não será em 2022 que deixará de ter".

"O fracasso subiu à cabeça de Aécio Neves. Aécio não gosta de eleição, gosta de conchavão, que foi o que ele fez com o governo Jair Bolsonaro, votando em Arthur Lira e mobilizando alguns deputados do PSDB para apoiar Lira", afirmou Doria, relembrando o apoio do ex-governador de Minas Gerais à eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara, em fevereiro deste ano. Lira era o candidato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), adversário político de Doria.

Segundo Doria, Aécio Neves, que foi derrotado por Dilma Rousseff (PT) no segundo turno da eleição de 2014 ao Palácio do Planalto, "não quer nenhum candidato do PSDB". "Nem João Doria, nem Eduardo Leite, nem Arthur Virgílio e muito menos Tasso Jereissati, ele quer que o fundo eleitoral fique à disposição dele mesmo", disse o governador de São Paulo.

Em entrevista à CNN no último sábado (17), Aécio disse que a candidatura de "terceira via" para a corrida presidencial de 2022 não precisaria, necessariamente, ser encabeçada pelo PSDB. O deputado também criticou Doria, nome que, segundo ele, poderia levar o PSDB "ao isolamento absoluto". Aécio disse temer que a legenda se transforme em "partido nanico".


Terceira via nas pesquisas

Questionado sobre o protagonismo de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido) nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República em 2022, Doria destacou que mais de 50% do eleitorado estão em uma posição "nem-nem", isto é, nem Lula, nem Bolsonaro, mas que os eleitores ainda não transformaram essa rejeição aos dois políticos em intenção de voto em outro candidato.

"Quando entrei na campanha para a prefeitura [de São Paulo] tinha 1% na pesquisa Ibope e 2% na pesquisa Datafolha. O líder naquela campanha tinha 38% [de intenção de votos]. Até o mais sério e mais bem formado analista diria 'esse que tem 1% jamais vai chegar a 38%', e nós chegamos a 53% e ganhamos as eleições", disse Doria, citando sua primeira incursão na política eleitoral, em 2016, quando foi eleito prefeito de São Paulo no primeiro turno.

"Portanto, há um longo período. Esse eleitorado do 'nem-nem' terá muitas oportunidades de avaliar uma outra candidatura", disse Doria. O tucano defendeu a realização das prévias no PSDB e disse crer que, uma vez tomada a decisão, o partido se unirá em torno do nome escolhido.


Novo ciclo de vacinação contra a Covid-19

O governador de São Paulo reafirmou o que disse nesta segunda-feira o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, de que São Paulo terá um novo ciclo de vacinação contra a Covid-19 a partir de 17 de janeiro, quando completará um ano desde a primeira dose aplicada na enfermeira Mônica Calazans.

Doria explicou que, segundo epidemiologistas e infectologistas, será necessário que a população se vacine todos os anos, e por isso haverá um novo calendário para as pessoas cuja imunização inicial estiver para completar 365 dias.

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