Prefeitura de SP vai contratar 200 leitos da rede particular para atender demanda de pacientes não Covid

Segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, são 100 leitos de enfermaria e 100 de UTI. Contratação será feita por 60 dias. Gestão municipal prevê pico de internações como o de abril, mês mais letal desde o início da pandemia, na segunda semana de junho.

secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido

G1

A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta terça-feira (8) a contratação emergencial de 200 novos leitos em hospitais particulares para atender a atual demanda de pacientes não Covid.

"A gente precisa de um pulmão, de um conjunto de leitos para atender à população que não está com Covid. Pela primeira vez, nós temos essa situação colocada, acumulada. A estrutura Covid e a estrutura não-Covid estão em um patamar muito alto na cidade", disse o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, durante visita a uma Unidade Básica de Saúde na Zona Leste nesta manhã.

Segundo Aparecido, são 100 leitos de enfermaria e 100 de UTI.

De acordo com a gestão municipal, o chamamento público será publicado no Diário Oficial Eletrônico nesta noite. A contração dos leitos será por 60 dias, prorrogáveis por tempo indeterminado.

A medida ocorre após a elevação das taxas de ocupação dos leitos na capital. A Secretaria Municipal de Saúde prevê, nas próxima semanas, um pico de internações como o de abril, mês mais letal desde o início da pandemia.

Em agenda na Zona Leste, Edson Aparecido voltou a classificar a situação da cidade como grave, por conta da elevação da ocupação média de leitos na rede municipal.

Até o último fim de semana, a cidade registrava 98% de ocupação das vagas gerais em UTIs que não são específicas para pacientes com Covid.

O secretário destacou, porém, que a abertura de novos leitos, porém, embora amplie a assistência, não é medida de controle da pandemia.

"Por mais que você implante leito, compre respirador, tenha oxigênio, tenha kit de intubação, é evidente que chega um momento que tudo isso tem limite. E é importante as pessoas entenderem que a pandemia ainda não passou, a pandemia continua, até que a gente consiga vacinar todas as pessoas, proteger todas as pessoas com a imunização, elas precisam continuar a se proteger ainda", disse.

Embora reconheça a relação direta do aumento de casos com as medidas de flexibilização econômica, o secretário defendeu a manutenção da abertura econômica e atribuiu o problema às festas clandestinas e aglomerações, como as registradas no último final de semana em diversas regiões da cidade.

"A necessidade do trabalho é algo concreto e as pessoas que vão pro trabalho se protegem no ônibus, com máscara e tudo mais. O que é inadmissível são as cenas que nós vimos. Festas gigantescas, em ruas, em locais onde as pessoas não usam máscara, não se protegem e se contaminam, aí vão pra casa e contaminam exatamente o familiar, o idoso que acaba aparecendo com a doença.

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