Prefeito e secretário da Saúde afirmam que uso da máscara continuará a ser obrigatório na cidade de São Paulo

Na quinta, Bolsonaro defendeu a desobrigação da máscara para vacinados. Pessoa que estiver sem a máscara em espaços públicos e particulares na capital paulista pode ser multada em R$ 524

O ministro da saúde Marcelo Queiroga, o prefeito Ricardo Nunes e secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido durante inauguração de leitos para Covid-19, nesta sexta (11) 

Bárbara Muniz Vieira - G1

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (DEM) e o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, afirmaram nesta sexta-feira (11) que o uso da máscara continuará a ser obrigatório na capital paulista mesmo se a pessoa já tiver tomado a vacina e já tiver tido Covid-19.

As declarações foram feitas após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter voltado a defender a desobrigação da máscara para vacinados e pessoas que já contraíram a doença. Na quinta (10), o presidente disse que pediu ao ministro da Saúde um "parecer" para desobrigar o uso, mas que a decisão caberia a prefeitos e governadores.

"Em hipótese nenhuma" afirmou Nunes, sobre desobrigar a população de usar a mascara de proteção na capital paulista.

"O uso da máscara é cientificamente comprovado que ajuda a diminuir a transmissão, assim como lavar as mãos, usar álcool em gel, manter o distanciamento social. Na cidade de São Paulo nós vamos cobrar e vamos continuar na mesma linha de que o uso da máscara é muito importante", afirmou.

Nesta sexta, Bolsonaro falou voltou a defender a desobrigação do uso de máscaras para vacinados, mas disse que a decisão final será de governadores e prefeitos. "Eu não apito nada", ironizou.

O secretário da Saúde reafirmou que o uso do item é obrigatório por lei na cidade.

A medida que estabelece que a pessoa que for vista sem máscara em espaços públicos e particulares de uso comum vale desde 2 de julho de 2020. A pessoa que estiver sem o item deve ser multada em R$ 524.

Já os estabelecimentos comercias vão pagar R$ 5.025 para cada pessoa que estiver no local sem a proteção. Há ainda a previsão de uma multa de R$ 1.380,50 se o estabelecimento não afixar placas que informam sobre a obrigatoriedade da máscara.

"Na cidade de São Paulo a máscara é obrigatória. É lei e vai continuar a ser. Sobretudo, nós, autoridades, temos que dar o exemplo", afirmou Aparecido.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve na mesma agenda que Nunes e Aparecido e afirmou não ser "censor" das falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele afirmou que fará um estudo sobre o uso da máscara do país.

"O nosso presidente da república já deixou claro ontem, quando citou para que fizesse os estudos, o presidente tem acompanhado o ritmo da velocidade da vacinação do Brasil, também de países que alcançaram uma cobertura vacinal, onde assistimos à flexibilização do uso de máscara. Vai ser o nosso caso", afirmou.

"Eu não sou censor das falas do presidente da república", completou após ser questionado sobre as declarações de Bolsonaro.

O argumento não é novo no repertório do ministro. A mesma resposta foi dada por Queiroga no início da semana, após ser provocado sobre as aglomerações geradas pelo presidente.


Novos leitos

A Prefeitura de São Paulo entregou nesta sexta-feira (11), 30 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e 35 de enfermaria para o tratamento de pacientes contra a Covid-19 no Hospital Municipal Guarapiranga, na Zona Sul de São Paulo.

Os novos leitos fazem parte da promessa da gestão municipal de entregar 250 leitos até o final de junho, de acordo com o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

"Até o 26 de junho, 250 novos leitos de UTI serão inaugurados na cidade. Acabamos de fazer uma nova análise com nossos técnicos e ainda há uma tendência de crescimento de casos na cidade, mas em uma curva um pouco menos acelerada"

Com a inauguração dos novos leitos, Aparecido acredita ter adiado a terceira onda da doença. Apesar da alta de casos na cidade, a ocupação das UTIs fica percentualmente menor por causa da abertura de novos leitos.

"Aquilo que a gente imaginava, de ter um pico de ocupação de leitos por volta do dia 16, 17 de junho, se transferiu para 25, 26 de junho, por isso são fundamentais os 250 leitos", afirmou Aparecido.

Os novos leitos implantados no Hospital Municipal Guarapiranga, gerido pela OS INTS e começam a ser utilizados na segunda-feira (14).

O Hospital Municipal Guarapiranga foi um dos nove entregues para a cidade de São Paulo para o enfrentamento da pandemia. Desde sua inauguração, em 5 de maio de 2020, já foram realizadas no hospital mais de 3.680 internações, quase todas de pacientes graves, No período, foram realizadas 2.940 altas.

A unidade passa a ter 259 leitos, sendo 190 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 69 de enfermaria.

Leitos de UTI para pacientes com Covid-19 inaugurados no Hospital Municipal Guarapiranga, nesta sexta (11) 
Foto: Bárbara Muniz

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