Em encontro com empresários do Vale do Paraíba, Geraldo Alckmin defende vacinação em massa e se coloca à disposição para próximas eleições

“Política é um chamado que não podemos recusar.”, disse o ex-governador

Ex-governador participou de reunião em São José dos Campos

O Vale

Governador do Estado de São Paulo por quatro mandatos, Geraldo Alckmin (PSDB) se reuniu com empresários do Desenvolve Vale nesta sexta-feira (26), em São José dos Campos, e defendeu a vacinação em massa para a retomada econômica, a expectativa de crescimento do PIB em 2021 e ainda afirmou que considera voltar a disputar um cargo eletivo nas próximas eleições.

Coordenado por Kiko Sawaya, o encontro entre o ex-governador e os conselheiros contou com a presença do deputado federal Eduardo Cury (PSDB), do prefeito de Jacareí, Izaias Santana (PSDB), do vice-prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSDB), e do prefeito de Lorena, Sylvinho Ballerini (PSDB).

De acordo com Alckmin, o bom momento da construção civil e o crescimento do agronegócio são impulsionadores da economia e, consequentemente, da criação de novos empregos. Mas o tucano adverte que tudo isso depende de uma campanha eficiente de vacinação.

“O meu otimismo com a economia passa pelas pessoas vacinadas. Como médico, sei o quanto é animadora a notícia de uma vacina para a covid-19, fabricada em tão pouco tempo. A vacina é a única solução para que a gente possa diminuir o número de doentes e avançar a economia”, disse Alckmin.

Ele ainda afirmou que o país está na “armadilha da renda média”, que amarra o crescimento do Brasil. A solução, segundo ele, seria investir em uma agenda econômica que favoreça a competitividade.

“É preciso tirar o Brasil da política cartorial, estimular uma agenda competitiva. Não podemos, por exemplo, ter cinco ou seis bancos. Nos Estados Unidos, são mais de 5.000. Essa concorrência deixa o país competitivo, gera ambiente de negócios e mais emprego”, afirmou o ex-governador.

Para tanto, o tucano defende uma reforma tributária que ajude a diminuir a desigualdade na cobrança de impostos, fazendo com que se tribute mais na renda do que no consumo.

“A tributação no Brasil é toda em cima do consumo. A pessoa que ganha um salário mínimo paga a mesma tributação que quem tem mais renda. Isso encarece tudo, trava o crescimento do país. Você vê em outros países esse imposto sendo cobrado mais na renda. A reforma tributária precisa ter esse olhar para que alcance seu objetivo.”


PÓS-PANDEMIA

Embora a pandemia esteja longe do fim, o ex-governador avalia que já seria preciso se preparar para as novas demandas decorrentes da crise sanitária, principalmente nas áreas da saúde, economia e planejamento do país.

“A pandemia deixa um princípio novo para o mundo globalizado: o da precaução. Será fundamental que o Brasil invista em seus institutos de pesquisa e na sua cadeia industrial. Por exemplo, precisamos ser autossuficientes em respiradores e insumos para a saúde. Nós não podemos ser apenas o país das commodities. E se você me perguntar de onde virá esse dinheiro, eu respondo: governar é escolher suas prioridades. Você precisa escolher para onde vão as verbas e ter um planejamento condizente com as demandas atuais na sociedade”, afirmou.

Outra questão levantada pelo tucano no pós-pandemia foi o investimento na saúde pública. “Toda a população está percebendo a importância do SUS neste momento de necessidade. Ainda investimos muito pouco em nosso sistema público de saúde em comparação com os outros países. O SUS faz milagre.”


POLÍTICA

Com o cenário político agitado em Brasília, o governador afirmou que atualmente todos os partidos perderam parte da força de outrora, e que a tendência de valorizar os nomes em detrimento das siglas – que já é uma característica do eleitorado brasileiro – continua forte.

“Nas democracias mais sólidas, os nomes passam, e a instituição – que é o partido – fica. Mas quando você tem mais de 35 siglas, fica impossível termos fidelidade partidária, tanto dos eleitores quanto dos políticos. A reforma política precisa mexer em questões importantes, como o voto distrital e fundo partidário”, disse.

Por fim, ao ser questionado sobre sua participação nas eleições de 2022, o ex-governador deixou a possibilidade no ar. “Política é um chamado que não podemos recusar.”

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