'Não temos saída a não ser avançar nas medidas de restrição', diz secretário municipal da Saúde de SP

Edson Aparecido defendeu necessidade de endurecimento da fase vermelha para reduzir a circulação de pessoas nas ruas e conter o avanço da Covid. Capital paulista chegou à marca de 19.300 mortes por Covid-19 nesta quarta-feira (10)

O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, defendeu nesta quinta-feira (11) regras mais rígidas de circulação na cidade para tentar conter o avanço da pandemia.

"Não temos saída a não ser avançar nas medidas de restrição. Não há outra alternativa", disse o secretário em entrevista ao Bom Dia São Paulo.

Desde o dia 6 de março a capital e demais cidades do estado estão na fase vermelha, a mais restritiva do plano estadual de flexibilização econômica.

Pela regra, apenas serviços essenciais, além de escolas e atividades religiosas, estão autorizados a operar. Apesar das medidas, o sistema de saúde da capital enfrenta sobrecarga e risco de colapso.

A expectativa era a de que o governo de São Paulo divulgasse nesta quarta (10) restrições mais rígidas para o funcionamento dos setores autorizados em todo o estado. Entretanto, a gestão de João Doria (PSDB) alegou que ainda avalia os dados e o anúncio deve ser feito até sexta (12).

A cidade de São Paulo tem 250 pacientes na fila de espera por leito de UTI. A ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) chegou a 83% em hospitais públicos e particulares da capital paulista. A taxa é a maior desde início da pandemia.

Aparecido também afirmou que não há registro de mortes à espera de leito de UTI na cidade de SP, como já ocorre na Grande SP.

Secretário disse que prefeitura inaugurou o Hospital Cantareira, na Zona Norte, alugou mais 50 respiradores para abrir novos leitos de UTI no Hospital de Parelheiros, na Zona Sul, nos próximos dias, e vai começar a transferir pacientes diagnosticados com outras doenças para leitos alugados na rede particular.

"Todo esse esforço é absolutamente insuficiente se as pessoas não perceberem que estamos em um momento trágico, dramático, precisam circular menos na cidade para que o vírus não se dissemine com a velocidade que está se disseminando e para que a gente consiga tratar as pessoas que precisam ser tratadas", disse ele.

Mais cedo, em entrevista à GloboNews, o secretário também defendeu o endurecimento das regras na fase vermelha:

Dados da capital

Nesta quarta-feira (10), a cidade de São Paulo chegou à marca de 19.300 mortes por Covid-19, superando o total de mortes registrado no Rio de Janeiro e tornando-se a cidade com mais óbitos provocados pelo coronavírus no país.

Também nesta quarta, a média móvel de mortes no estado de São Paulo passou de 300 primeira vez.

A cidade do Rio de Janeiro registrou 19.207 mortes provocadas pela doença, segundo atualização oficial da prefeitura da cidade, publicada às 18h desta quarta.

A capital paulista tem mais de 12 milhões de habitantes, quase o dobro dos 6,7 milhões do Rio, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além da capital, o estado de São Paulo também registrou altos números de óbitos pela doença: nesta quarta, a média diária de mortes por Covid-19 no estado foi de 313 óbitos, recorde pelo terceiro dia seguido.

A taxa média de ocupação de UTIs em todo o estado, com 83%, também foi a maior de toda a pandemia, e o número de pacientes internados chegou a 20,8 mil, outro recorde (leia mais abaixo).

Fonte: G1

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