1/4 dos moradores de SP acima de 18 anos já se contaminaram pela Covid-19; 45% são assintomáticos, diz Prefeitura

Quarta fase do inquérito sorológico foi divulgada nesta sexta-feira (12) e foi o primeiro que avaliou as novas variantes da doença

O secretário municipal de Saúde da capital paulista durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (12) 

Bárbara Muniz Vieira e Tatiana Santiago - G1

Um quarto dos moradores da cidade de São Paulo acima de 18 anos já se contaminaram pela Covid-19, de acordo com o quarto inquérito sorológico divulgado pela Prefeitura nesta sexta-feira (12).

Dentre aqueles que já foram infectados, 45,1% são assintomáticos e 54,9% são sintomáticos. A prevalência maior é na faixa etária de 18 a 34 anos de residentes nas áreas de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) médio e baixo.

Foi a primeira vez que as novas variantes de Covid-19 foram incluídas na testagem feita para o inquérito da Prefeitura.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, de 151 exames da soroteca que já tinham dado negativo em testagens anteriores, foram confirmados 85 casos reagentes com a nova metodologia, que combina o teste rápido e o Elisa.

O Elisa (do inglês Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) ou ensaio de imunoabsorção enzimática é um teste imunoenzimático que permite a detecção de anticorpos específicos. O teste é usado no diagnóstico de várias doenças que induzem a produção de imunoglobulinas, entre outras.

A testagem foi feita com amostragem por sorteio aleatório na abrangência das mais de 400 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital.

“A prevalência estimada na fase 4 foi de 25%, ou seja, um quarto da população de 18 anos ou mais, residentes no município, apresenta anticorpos para o Sarcov-2 e foi significamente maior com a metodologia combinada entre os dois testes: o teste rápido e o Elisa”, afirmou o secretário.

A prevalência da infecção por Sars-Cov-2 nos indivíduos que referiram não restringir contato social (31,7%) foi maior em relação à prevalência dos indivíduos que referiram não ter contato (22,1%) ou contato com grupo restrito (25,8%).

“Os assintomáticos saltaram para 45,1% acima dos valores observados nas fases anteriores. A maior prevalência [da doença] é nos indivíduos com faixa etária de 18 a 34 anos residentes nas áreas de IDH médio e baixo e que referiram contatos sem restrição e que não permanecem no município.”



Os 14,3% residentes da capital que reportam sair de casa para locais não-essenciais são a parcela da população que mais apresentou a prevalência da doença.

“São aquelas pessoas que saem para lugares não essenciais, que é a menor parcela do estudo, mas por outro lado são aqueles que apresentam a maior prevalência da doença”, afirma Aparecido.

“Quem fica em casa tem menos prevalência da doença. Quem sai de casa, embora seja a menor parcela da sociedade é quem mais se contamina e mais apresenta a doença.”

Aparecido diz que vão aprimorar os protocolos de atendimento para os pacientes de Covid-19 com exames clínicos e laboratoriais.

“A forte recomendação para todas as pessoas, sobretudo os jovens, para que, a qualquer sintoma, procurem imediatamente uma unidade de saúde do SUS municipal para encaminhamento aos nossos hospitais. O que a gente tem sentido é que o jovem demora mais para procurar o sistema de saúde e quando chega já chega em condições agravadas.”


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