Em conversa com FHC, Doria busca reorganizar o PSDB

Para o ex-presidente,  o partido precisa se firmar como oposição a Bolsonaro se quiser ter chances no ano que vem

ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e  o governador João Doria

O governador João Doria (PSDB) conversou na manhã desta quinta (11), com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sobre a turbulência que afetou a sigla desde a eleição ao comando da Câmara dos Deputados, na semana passada.

A bancada de 33 deputados do PSDB rachou, e estima-se que pelo menos a metade dela votou no candidato do presidente Jair Bolsonaro, adversário figadal de Doria, Arthur Lira (PP-AL).

Na reunião, ocorrida no apartamento de FHC no bairro paulistano de Higienópolis, os dois políticos concordaram que ninguém ganhou com a confusão que se deu a seguir —mas também que o PSDB precisa se firmar como oposição a Bolsonaro se quiser ter chances no ano que vem.

Nenhum dos dois comentou o teor da conversa oficialmente, e apenas aliados de ambos falaram reservadamente sobre o assunto.

FHC foi fiel ao seu estilo de "crise que entra no meu gabinete sai menor", sem recriminações. 

Como reação ao movimento na Câmara, que ele acusou publicamente ser obra do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), Doria chamou membros da cúpula tucana para jantar na segunda (8).

No encontro, vários aliados seus presentes defenderam que Doria assumisse a presidência do PSDB em maio,  uma forma de criar uma ordem unida no partido, a exemplo do que o próprio Aécio fizeram em 2014, quando perdeu a eleição presidencial para Dilma Rousseff (PT).

No entanto, diretórios regionais do partido, decidiram apoiar o esticamento do mandato de Araújo, que foi endossado por parte da bancada dos deputados federais e por todos os sete senadores tucanos.

Aliados do governador paulista sustentam que seu nome em 2022 é incontornável, dada a densidade do cargo e o papel de destaque no combate à pandemia, com o investimento na vacina chinesa Coronavac. 

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