Líder do Governo Doria, Carlão Pignatari é considerado favorito para presidir Assembleia de SP

O deputado deve substituir o também tucano Cauê Macris em 15 de março

O líder de governo, deputado Carlão Pignatari 

O Deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB), que atualmente ocupa a posição de líder do governo João Doria na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), é considerado favorito na eleição para suceder o atual presidente da Casa, Cauê Macris (PSDB) –que exerceu o cargo por quatro anos e também é aliado do governador.

A eleição para a Mesa Diretora da Alesp acontece só em 15 de março. Mas, em novembro, Pignatari já era saudado nos corredores do Palácio dos Bandeirantes por aliados, em tom de brincadeira, como futuro presidente da Casa.

Procurado pela imprensa, Pignatari afirmou que a eleição da Mesa é só em março e nega favoritismo.

Ao deixar a presidência, Macris pode integrar o secretariado do governo Doria, mas conversas sobre isso estão em estágio inicial. Uma opção aventada é a chefia da Casa Civil, dado que Kassab deixou o cargo de forma definitiva em dezembro.

É quase certo que o nome lançado pelo PSDB vença a disputa na Assembleia. Se em Brasília a vida parlamentar é movimentada neste recesso pela eleição na Câmara e no Senado, em São Paulo há menos chances de surpresas. Um já tradicional acordo entre PSDB, PT e DEM costuma garantir a presidência aos tucanos, a 1ª secretaria aos petistas e a 2ª secretaria ao DEM.

O acordo obedece ao critério de proporcionalidade, já que o PSDB normalmente elegia a maior bancada e o PT, a segunda maior. Na eleição de 2018, porém, o PSL tomou esse espaço e se tornou o principal partido da Casa, com 15 cadeiras. O PT ficou com 10 e os tucanos com 8 –hoje têm 9.

Isso não foi suficiente para mudar a configuração da Mesa em 2019. A candidata do PSL, Janaina Paschoal, teve 16 votos contra 70 de Macris, sustentado pelo arranjo entre a base governista (PSDB, DEM, Republicanos, PSD e outros) e o PT. Novo e PSOL lançaram nomes próprios e tiveram quatro votos cada.

A avaliação no PT é a de que não existe outro nome capaz de competir com Pignatari. Além disso, os petistas consideram que não vale a pena marcar posição numa Assembleia fragmentada e veem mais vantagem em assegurar a 1ª secretaria. 

Atualmente há 16 funcionários da Assembleia lotados na presidência. A 1ª secretaria, comandada pelo petista Enio Tatto, tem 85 servidores ativos. A 2ª secretaria, liderada por Milton Leite Filho (DEM), abriga 83 nomes.

O clima de eleição deve tomar os corredores da Assembleia somente após a volta do recesso, em 1º de fevereiro, mas os nomes para a atual disputa começam a ser cogitados. Além de Pignatari, é possível que PSOL e Novo lancem candidatos –a bancada do Novo ainda vai discutir a questão.

O deputado Coronel Telhada (PP) é aventado como uma opção para representar a oposição bolsonarista e deputados considerados independentes do governo, que não querem votar em Pignatari.

Em dezembro, Pignatari iniciou conversas com bancadas partidárias para obter apoio. Com 61 anos, ele está no terceiro mandato e tem base eleitoral em Votuporanga, cidade que governou por dois mandatos (entre 2001 e 2008).

Entre os tucanos, o deputado é descrito como experiente e fiel a Doria. No governo, o parlamentar é visto como habilidoso por ter obtido a aprovação de projetos que enfrentaram forte resistência, como o PL 529.

Fonte: Folha.com

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