Doria diz que vai negociar vacina diretamente com estados se ministério não confirmar compra de novos lotes

Secretários de Saúde pediram poscionamento do governo federal sobre as 54 milhões de doses da CoronaVac; governador do Ceará diz que já procurou Butantan

O governador de São Paulo, João Doria, durante cerimônia de início da imunização contra coronavírus no estado 

Sérgio Roxo - O Globo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quinta-feira que determinou ao Instituto Butantan que priorize o fornecimentos de vacina para estados e municípios brasileiros caso o Ministério da Saúde não confirme a compra de 54 milhões de doses adicionais da coronavac.

Na quarta-feira, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, havia afirmado que se o governo federal não se manifestasse no prazo de uma semana sobre o interesses pelas doses, iniciaria negociações com países vizinhos da América Latina. O Ministério da Saúde argumentou que, por contrato, tem até maio para decidir se pretende ou não comprar as vacinas adicionais. No primeiro lote, o Butantan vendeu 46 milhões de doses ao governo federal.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) também cobrou, em ofício enviado nesta quinta-feira, que o governo federal manifeste o interesse em comprar as vacinas adicionais do Butantan. No documento, assinado por Carlos Lula, secretário de Saúde do Maranhão e presidente do conselho, é solicitado que o ministério "reafirme, com a máxima urgência, o compromisso da compra das referidas doses". "Visto o cenário de recrudescimento dos casos da covid-19 é indispensável que o Brasil vacine, no menor tempo possível, toda a população residente do país", dizem.

Diante da posição do governo federal indicando não ver urgência para encomendar as novas doses, auxiliares de governadores manifestaram a Doria nesta quinta-feira o interesse em comprar diretamente a vacina. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), revelou nas redes sociais que procurou o Instituto Butantan.

O governo paulista deve esperar uma resposta do Ministério da Saúde até o começo da próxima semana.

"Caso o Ministério da Saúde não confirme a compra das 54 milhões de doses adicionais da vacina do Butantan, determinei ao Instituto que forneça estas vacinas prioritariamente aos estados e municípios do Brasil. O País tem pressa em salvar vidas. E nós em vacinarmos os brasileiros", escreveu Doria no Twitter.

Mais cedo, Dimas Covas, diretor do Butantan, já havia falado sobre a intenção destinar a vacina aos estados e municípios brasileiros.

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