Bolsonaro joga futebol, elogia quem desrespeita isolamento e critica luta contra o racismo

Após participar de partida de futebol beneficente, presidente exaltou sua atuação durante a pandemia e criticou luta contra o racismo no país

O presidente fez a declaração depois de participar de um jogo de futebol em Santos

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 28, que o Brasil não aguenta mais um lockdown em razão da pandemia da covid-19. Perguntado se haverá auxílio emergencial no ano que vem, disse que o País está no limite do endividamento. Ele ainda elogiou as pessoas que decidiram desrespeitar os decretos de isolamento em algumas cidades, disse que não adianta "se esconder do vírus" nem ter "pavor" da doença e exaltou sua atuação durante a pandemia. "Não errei uma. Zero", disse Bolsonaro.

Depois da partida, Bolsonaro parou para falar com jornalistas, disse que todos estavam de máscara, menos ele, e falou que as pessoas não podem se esconder no vírus. "Não adianta a gente se esconder do vírus. Temos que ter cuidado com os idosos e quem tem comorbidades. Este vírus vai ficar entre nós a vida toda. Não aguentamos mais um lockdown, mais medidas restritivas. Quebra a economia. Não temos mais capacidade de nos endividar", disse o presidente. "Sei que a vida não tem preço e lamento as mortes. Mas não precisamos ficar com este pavor todo", concluiu.

Indagado por repórteres sobre a manutenção do auxílio emergencial no ano que vem, Bolsonaro repetiu: "Estamos no limite da capacidade de endividamento".

O presidente citou, em tom elogioso, as pessoas que foram às ruas e se negaram a cumprir medidas restritivas em Fortaleza (CE), Manaus (AM) e Búzios (RJ).

Bolsonaro participou do jogo beneficente "Natal Sem Fome", promovido há 15 anos pelo ex-jogador Narciso, do Santos, no estádio da Vila Belmiro. Ele jogou pouco mais de cinco minutos e marcou um gol. 

O presidente também aproveitou o ambiente futebolístico para reclamar das críticas pelo uso de palavras racistas. Ele disse que no vestiário, antes do jogo, Clodoaldo contou que Pelé era chamado de "Negão" pelos colegas e isso era normal. "A gente não pode mais fazer brincadeira no Brasil. Tudo é preconceito, racismo. Ninguém está querendo desqualificar ninguém mas nós fomos acostumados a nos tratar dessa maneira", afirmou o presidente.

Fonte: Estadão

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