Candidato, governador Rodrigo Garcia quer evitar 'polarização nacional' em São Paulo

Chefe do Executivo estadual afirma que educação e emprego serão principais motes de campanha. Ele tem 19% das intenções de voto

Educação e emprego serão principais motes de campanha de Rodrigo Garcia (PSDB)

Fabíola Perez - R7

O candidato ao Governo de São Paulo pelo PSDB, Rodrigo Garcia, de 48 anos, afirma que a principal estratégia de campanha nestas eleições é impedir que a polarização nacional interfira na disputa do estado. Garcia é o terceiro candidato ao Executivo estadual a participar das sabatinas realizadas pelo Balanço Geral, da Record TV, nesta quarta-feira (3).

"Depois que essa briga política começou, o que isso melhorou a vida das pessoas? Nada. Estou aqui para proteger São Paulo e dizer que, como governador, gasto sola de sapato, barriga no balcão, trabalho todos os dias para resolver problema, independente de ideologia", afirmou Garcia ao R7.

"Quem coloca ideologia na frente dos problemas fica com dois problemas e nenhuma solução. Estou aqui para entregar política pública, ver o momento que São Paulo está vivendo de recuperação econômica, expectativa, oportunidades, olhar desigualdades sociais e apoiar quem mais precisa. Eu trabalho no mundo real e não no mundo ideológico."

Garcia disse ainda que a pandemia agravou a desigualdade social no Brasil e no mundo. "Você tem uma desigualdade social crescente, aumento de moradores de rua, de consumo de drogas, mas não é porque está acontecendo no mundo que vamos deixar acontecer em São Paulo. Temos que nos unir, inclusive apoiando a Prefeitura de São Paulo", disse ele.

De acordo com a pesquisa Real Time Big Data, encomendada pela Record TV, Garcia tem 19% das intenções de voto para o governo do estado contra 33% de Fernando Haddad (PT) e 20% de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no levantamento estimulado (em que os nomes são apresentados ao público). No cenário espontâneo, quando o eleitor diz em quem votaria sem receber uma lista de candidatos, há um empate técnico entre Tarcísio de Freitas e Rodrigo Garcia.

A pesquisa foi divulgada nesta quarta, com nível de confiança de 95% e margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Garcia, que tem até o fim desta semana para divulgar o nome escolhido para ocupar o posto de candidato a vice-governador, não adiantou quem escolherá para acompanhá-lo na chapa na disputa eleitoral, mas comentou algumas características que busca para a aliança. "É um perfil que pode agregar votos, o que puder ser útil durante a administração. Eu já fui vice e sei que vice tem um papel importante se o governador delega papéis a ele", disse.

No que se refere às relações com o presidente da República eleito em outubro, Garcia disse que pretende manter o diálogo. "Falo que, sendo escolhido governador de São Paulo, dialogo com quem for escolhido presidente da República. Não é uma relação de amizade, é uma relação profissional com quem quer que seja. É um diálogo republicano lutando pelos interesses de São Paulo", explicou.

Principais bandeiras

As principais bandeiras do atual governador do estado na campanha eleitoral serão as áreas de educação e emprego. Segundo ele, a proposta é oferecer ensino técnico integral aos alunos da rede estadual e, com isso, prepará-los para o mercado de trabalho. De acordo com o governo, atualmente são 1,1 milhão de alunos no ensino integral contra cerca de 100 mil no início da gestão Doria, em janeiro de 2019.

“No caso da educação, fazer o ensino integral chegar a todos os alunos. No ensino médio, fazer o ensino técnico junto. A experiência das Etecs tem que ser levada a todo o estado. A ideia é fazer o 'Médio Tec' em São Paulo. A legislação permite fazer o duplo currículo: o médio regular com o técnico. Hoje temos 40 mil alunos, mas a rede tem 1,5 milhão de alunos. Vamos fazer um crescimento muito forte nesses quatro anos", propôs.

Na área do emprego, Garcia disse que a ideia é estimular a economia criativa para incentivar a criação de empregos. O candidato prometeu criar mais 2 milhões de empregos nos próximos quatro anos na área da economia criativa.

Em relação à saúde, o governador ressaltou as dificuldades enfrentadas durante a pandemia da Covid-19. "É uma herança maldita, durante dois anos o estado deixou de atender pessoas com cirurgias eletivas e aquilo que não era emergencial e as filas se acumularam. Então, hoje estamos fazendo mutirões da saúde, compramos quase 70 mil cirurgias em hospitais privados em julho e estamos operando na rede estadual e em hospitais privados", explicou o governador. Ele prometeu zerar as filas de cirurgias eletivas até o fim deste ano.

O governador também falou sobre segurança pública em São Paulo e disse que é um dos temas considerados mais importantes por ele. "Acordo e durmo pensando em segurança pública. Desde quando assumi, troquei os comandos das polícias. A partir de maio, lancei a Operação Sufoco contra o crime. Hoje, nós temos mais de 9.000 policiais na cidade, por isso que a população percebeu o aumento de blitze, de policiamento...", justiificou.

Ele disse que o estado vive "uma guerra permanente" contra a criminalidade. Garcia também defendeu o uso de câmeras em fardas de policiais militares. "Os indicadores de letalidade policial e de violência policial melhoraram. A câmera foi um acerto de São Paulo. Você filma o bandido e protege o policial em suas operações."

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