Campanhas de Rodrigo Garcia e Haddad convergem na avaliação de debate

Encontro de domingo promovido pela TV Bandeirantes foi o primeiro entre os candidatos ao governo de São Paulo




Pedro Venceslau e Beatriz Bulla - Estadão

Tucanos e petistas convergem na avaliação de que o primeiro debate entre os candidatos a governador de São Paulo, que foi exibido domingo, 7, na TV Bandeirantes, foi polarizado entre Fernando Haddad (PT) e Rodrigo Garcia (PSDB) e que o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi um coadjuvante no evento.

Esse cenário foi comemorado entre os tucanos, que tentam justamente quebrar a polarização entre PT e Bolsonaro, lamentado por petistas, que preferem enfrentar Tarcísio no segundo turno, e minimizado pela campanha do ex-ministro bolsonarista. A única convergência de análise nos três comitês é de que a irritação de Haddad foi um dos destaques do debate.

Interlocutores da campanha de Tarcísio ouvidos pela reportagem dizem que quem saiu perdendo “e muito” no debate foi o candidato do PT, que teria se “desestabilizado” no início com a crítica do ex-ministro de Bolsonaro, que o chamou de “pior prefeito da história” da capital. Tucanos e bolsonaristas dizem que Haddad ficou “visivelmente nervoso e irritado” e que o petista saiu contrariado do estúdio da Band logo após o fim do debate.

O tom exaltado de Haddad surpreendeu os tucanos. “Haddad tem uma característica parecida com o Rodrigo, de ser calmo e moderado. Ele não é explosivo, mas estava exaltado. Não estava em um bom dia”, disse o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo, que estava na plateia tucana.

O presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, que estava na claque tucana, afirmou que Tarcísio estava nitidamente desconfortável e usando uma “cola”, o que mostraria falta de preparo. “O Haddad queria confronto com o Tarcísio e não esperava que fosse ficar entre ele e Rodrigo”, disse o dirigente tucano.

Guilherme Afif Domingos, coordenador do programa de governo de Tarcísio, disse que o ex-ministro “cresce” na polarização com Haddad e que Garcia vai ficar fora desse confronto. “Quem não tem padrinho morre pagão”, brincou Afif. “A polarização da campanha será entre Tarcísio e Haddad. Rodrigo Garcia vai ficar fora e será sempre absolutamente ligado ao Doria”.

Sobre a “cola” do ex-ministro, justificou: “Conheço o Tarcísio. Ele é um engenheiro e toda vida trabalhou com anotação. É o apoio mental dele, mas vai precisar diminuir isso. em debate é preciso ficar mais solto”.

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