Bolsonaro xinga Doria após governador anunciar passaporte de vacina em SP

"Teu Estado é o cacete, porra!”, afirmou presidente durante cerimônia no Palácio do Planalto; Doria anunciou intenção de instituir passaporte de vacina no Estado de São Paulo a partir de 15 de dezembro



Eduardo Gayer - O Estado de S.Paulo 

Em mais um capítulo da disputa política que se tornou o enfrentamento da pandemia no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) proferiu nesta quinta-feira, 9, uma série de palavrões ao se referir ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por sua decisão de adotar um "passaporte de vacina" no Estado a partir de 15 de dezembro caso o governo federal não o faça antes disso. 

Para justificar a medida, Doria citou ontem o aeroporto de Guarulhos, que movimentou 2,5 milhões de passageiros só em outubro, e o Porto de Santos, outra porta de entrada de estrangeiros no País. Autoridades têm manifestado preocupação com o espalhamento da variante Ômicron, cujos estudos preliminares mostram risco maior de contágio. Bolsonaro, porém, tem atacado a obrigatoriedade da vacinação e diz que é melhor "perder a vida do que a liberdade". 

Apesar de receber apoio de sanitaristas, a promessa de Doria pode esbarrar em questões jurídicas, como mostrou o Estadão, já que o Executivo federal é o responsável por fiscalizar as fronteiras. Isso impediria o tucano de cobrar o passaporte da vacina, por exemplo, no pouso de passageiros no aeroporto internacional de Guarulhos. 

Antes de disparar contra Doria, Bolsonaro disse que o governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), vai sancionar lei que proíbe a cobrança do comprovante de imunização. “Já um governador aqui da região Sudeste quer fazer o contrário e ameaça: ‘ninguém vai entrar no meu Estado’. Teu Estado é o cace… porr..!”, gritou o presidente durante a cerimônia alusiva ao Dia Internacional contra a corrupção, no Palácio do Planalto, na presença de ministros e parlamentares. “Tem que lutar, poxa”, clamou, por protestos contra as restrições. 

Bolsonaro ainda disse que não poderia aceitar a obrigação do cartão vacinal no País, já que ele mesmo não se imunizou. Hoje, o governo publicou portaria em que estabelece quarentena de cinco dias para quem entrar em território nacional por via aérea sem ter se vacinado. Os imunizados estão livres de quarentena. As regras valem a partir de sábado. 

A portaria, já formalizada no Diário Oficial da União (DOU), lembra que os protocolos atendem a recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Os critérios para a entrada de estrangeiros ou brasileiros vindos do exterior ao país são elaborados de forma integrada e interministerial, visando sempre a segurança e o bem-estar da população brasileira”, diz, ainda, nota da Casa Civil. A vacinação completa deverá ter sido concluída ao menos 14 dias antes da chegada ao País. 

Pela via terrestre, é necessário apresentar comprovante de vacinação ou teste RT-PCR negativo feito 72 horas antes da entrada no Brasil ou teste negativo de Antígeno realizado 24 horas antes. Não há menção à necessidade de quarentena por essa via. 

O governo ainda renovou a proibição de voos que tenham origem ou passagem por África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue nos últimos quatorze dias. Não há, contudo, menção a uma ampliação da lista de países com essa restrição, medida que está em estudo pelo governo e é solicitada pela Anvisa.

Comentários

  1. Bolsonaro do Negacionismo faz trincheira anti-vacina; omite-se agora até mesmo com relação ao Tratamento Precoce do qual foi "garoto" propaganda. Não é dono do Brasil mas comporta-se como se dele fosse; e sugere que Doria o seja de SP porque usa a mesma régua para afrontar o governador. Mais de 600 mil mortes pela Covid não bastaram para provar que esteve errado o tempo todo. Desejo, ardorosamente, que colha a tempestade que tanto insiste cultivar. Que seja uma colheita abundante; seja na prisão, ou no morro dos ventos uivantes, com dor e sofrimento, cercado de párias da mesma estirpe. Que esqueça, inclusive, das moedas para o balseiro.

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  2. Absurdo. Como um presidente tem esse tipo de comportamento? Não tem condições de ocupar o cargo de presidente. Usar esses termos e agredir o Governador João Dória.

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  3. Eu poderia dizer que o Presidente exagerou, poderia dizer que os comentários acima são de esquerda ou da 3.ª, 4.ª ou 5.ª vias, sei lá, poderia dizer que o Presidente está defendendo com todas as forças os direitos de quem não quer ser cobaia, poderia dizer que ninguém pode obrigar qualquer pessoa a colocar sua saúde em risco e que isso está na Constituição Federal deste País, poderia dizer que é ignorância achar que a defesa dos direitos humanos deveria seguir a mesma linha de corrupção dos governos anteriores, em que a saúde veio depois da copa, depois do superfaturamento, poderia dizer que vcs não são cegos, são idiotas mesmo, poderia discorrer muitos argumentos mais, porém não há tempo nem espaço que valha perder com pessoas que fazem comentários tão ignóbeis... ENTÃO EU SÓ VOU DIZER UMA COISINHA: ACEITA QUE DÓI MENOS, O MITO VAI GANHAR 2022... BJINS..

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