Leia a íntegra do discurso de posse do prefeito Bruno Covas em SP

Tucano prometeu priorizar combate à desigualdade em seu segundo mandato



O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), foi empossado para seu segundo mandato pela Câmara Municipal nesta sexta-feira (1º). Em seu discurso de posse, ele prometeu combater as desigualdades sociais na cidade. 

Leia, a seguir, a íntegra de seu discurso.


Discurso de posse do prefeito reeleito de São Paulo, Bruno Covas

“A democracia não está garantida. Ela é tão forte quanto a nossa vontade de lutar por ela, de protegê-la e de nunca considerá-la como dada. E proteger a nossa democracia exige luta.”

Com essas palavras, Kamala Haris, vice presidente eleita dos Estados Unidos, abriu seu discurso de vitória nas eleições americanas. Acho muito oportuno utilizar suas palavras para reafirmar o compromisso da cidade de São Paulo e o meu próprio compromisso com a democracia.

Em tempos de negacionismo, descrença crescente nas instituições e de fragilidade momentânea da democracia representativa, é ainda mais importante reafirmar aquilo que nos é basilar: quem decide o destino de uma nação deve ser a decisão soberana do povo –resultado de eleições livres, regulares, com voto universal e secreto. Esse é nosso maior ativo político coletivo. Estamos e estaremos sempre a postos para lutar por ela e exercê-la.

São Paulo e todo o país foram às urnas em novembro passado e escolheram seu futuro. Manifestaram o que querem pelos próximos quatro anos. A população deu seu recado. As vozes que ecoaram das urnas são claras: moderação, equilíbrio, respeito à ciência, humildade e trabalho eficiente.

Estou muito feliz de tomar posse no dia de hoje para mais quatro anos de mandato. Sem falsa modéstia, creio que nosso projeto foi e será capaz de melhor traduzir os sentimentos e as vozes da população. Agradeço mais uma vez a confiança. Tenho clara noção da responsabilidade que repousa sobre os meus ombros e consciência dos desafios que estão por vir.

Meu coração está leve e meu corpo pronto para o que vier. Peço a Deus que me ilumine na tarefa de liderar essa cidade colossal e tão instigante que todos amamos. Temos projeto, temos programa, sabemos o rumo que deve ser seguido. Mas rogo que eu mantenha a humildade necessária para manter meus ouvidos abertos, atento às observações, posições e críticas da população, e que consiga corrigir falhas rapidamente.

Não há tempo para personalismo e arrogância. São Paulo é maior e mais importante do que qualquer um de nós. Essa megalópole, cidade de padrão mundial, que acolhe a todos sem distinção, oferece oportunidades e estimula o trabalho e a prosperidade. Uma cidade rica, diversa e profundamente injusta. Uma metrópole dinâmica e em reconstrução permanente, que compete globalmente com as cidades mais importantes do mundo, mas que tem a perfeita noção de sua importância para o país: um resumo do mundo e do Brasil.

A prioridade da nossa administração está colocada: contribuir para diminuir as desigualdades sociais no nosso município e melhorar a qualidade de vida de quem vive aqui. Isso exige sensibilidade social e sentido de urgência. Nossa cidade é enorme e suas demandas maiores ainda.

“Tomo posse consciente dos desafios dramáticos que aguardam a mim e à minha equipe.”

Essas palavras não são minhas. Foram ditas por meu avô, Mario Covas, em janeiro de 1995, quando assumiu o governo do Estado de São Paulo.

Hoje parecem proféticas. Soam como advertência. Servem, sobretudo, como guia de como agir diante das adversidades que atravessamos.

Por isso, agora essas palavras também são minhas.

Temos, eu e minha equipe, responsabilidades ainda maiores e imediatas pela frente.

Queremos ajudar a construir um novo tempo. Um tempo de mais lucidez e senso de responsabilidade coletiva. Um tempo de renovação.

Renovação no mundo, com a esperança de que, baseada na ciência, a humanidade obtenha sucesso no combate à pandemia causada pelo novo coronavírus. Que as tão esperadas vacinas estejam à disposição –o mais breve possível– para todos os brasileiros, e que o país possa seguir adiante.

Que todos nós reflitamos sobre o legado da pandemia, da quarentena, do distanciamento social, das restrições impostas a todos. Quais lições podemos tirar desse processo? Qual sociedade pretendemos ser? Qual comportamento coletivo queremos deixar de exemplo para nossos filhos e netos? Qual contribuição vamos deixar para as futuras gerações enfrentarem situações similares? E, o mais importante: o que devemos mudar em nosso comportamento para evitar que situações como essa se repitam?

A maior crise sanitária desse século é na verdade uma crise de natureza ambiental. É reflexo direto do nosso comportamento predatório. Mudanças climáticas, supressão progressiva de áreas silvestres e refúgios naturais, superpopulação e pressão antrópica sobre o planeta são absolutamente conectos ao que estamos vivendo. É urgente uma mudança de comportamento. Em São Paulo, vamos ampliar nossa contribuição e ampliar nosso compromisso com o desenvolvimento sustentado, o compromisso com as futuras gerações.

A humanidade sempre conviveu com pandemias. Mas há um aspecto inédito: nunca estivemos tão conectados, nunca tivemos tanta informação. Apesar de haver ainda muito mais perguntas do que respostas sobre o coronavírus, a humanidade sabe o que está enfrentando, sabe como pode se proteger e, em grande medida, sabe o que deve ser feito individualmente em nome da preservação da vida. Infelizmente, a desinformação, disfarçada de fake news, se propagada em segundos. Por isso, fica ainda mais difícil administrar os conflitos de interesse, as contradições, as limitações que a crise nos determinou. Já é passada a hora da ciência e das evidências serem preponderantes diante do recalque, da negação, da verborragia, do império da mediocridade.

Mas há algo que testemunhamos e que se sobressai nesse cenário: a solidariedade. Nunca se viu tanta gente ajudando tanta gente. Nunca se viu tanto comportamento cívico e socialmente engajado. Tanta dedicação e compromisso como demonstrados pelas equipes de saúde, heróis desse nosso estranho tempo. Devemos nosso agradecimento a milhares de trabalhadores anônimos, de diversas áreas da economia, que mantiveram nossa cidade funcionando. Como prefeito e cidadão, meu agradecimento e admiração aos paulistanos e paulistanas que deram sua importante contribuição restringindo suas atividades, ficando em casa, usando máscara, trabalhando em serviços essenciais, ajudando uns aos outros, sendo solidários com os que mais precisam, doando alimentos, roupas, tempo e dinheiro para permitir que a cidade de São Paulo pudesse proteger sua população.

A maioria dos nossos cidadãos tiveram –e vêm tendo– comportamento exemplar no enfrentamento da pandemia. Há uma minoria que insiste em colocar seus interesses e desejos em primeiro plano ao invés de pensar no coletivo, mas eu insisto mais uma vez: já há alguma luz no horizonte, as vacinas vão chegar, nossa cidade está pronta para vacinar em massa, mas ainda precisamos manter os cuidados. Vivemos uma crise sanitária que, até o momento, já resultou na morte de mais de 190 mil brasileiros.

Mas eu dizia que vivemos também um tempo de renovação. Eu acredito nisso, a renovação no nosso país vai acontecer! Estou confiante em dias melhores, na retomada do crescimento e da geração de emprego e renda e no firme enfrentamento das desigualdades. O negacionismo está com os dias contados. Prevalecerá o diálogo, a conversa, a construção coletiva, a compreensão de que há mais em comum entre nós do que as visões distintas que nos separam...

No caso da pandemia, o inimigo é um só: o vírus. O momento exige união. O vírus do ódio e a intolerância precisam ser banidos da sociedade. A crise social e econômica decorrente da pandemia são profundas. Por isso, é fundamental conversar de forma generosa e aceitar as diferenças. Ninguém pode ser dono da verdade. A verdade de uma sociedade, de uma cidade, de um país, é escrita pelo seu povo, que dialoga, faz política e constrói seu presente e seu futuro. Política não é terreno para intolerantes e nem para lacradores de redes sociais. Política é a arte do fazer junto, de construir pontes para o futuro, de superar a divergência cega dos que acreditam que a solução virá dos extremos. Está provado que não e as urnas deram um recado de moderação muito claro.

Sobretudo, este é o começo de um novo tempo na e para a cidade de São Paulo.

Meu compromisso como prefeito eleito com 3.169.121 votos é governar para todos, para transformar, para melhor a vida das 12 milhões de pessoas que aqui moram e trabalham.

Isto não é apenas figura de retórica. É um sólido propósito para os próximos quatro anos.

Não nos iludamos: serão tempos difíceis. Tempos como, provavelmente, toda esta geração jamais presenciou em outro momento da sua história.

Enfrentaremos a confluência de vários fatores, todos extremamente desafiadores.

Uma crise econômica sem precedentes, que se segue a uma década perdida muito mais severa do que aquela que, nos anos 80, ficara marcada por esse epíteto.

Uma crise social na qual a pandemia ampliou o já vexatório fosso que separa ricos e pobres em nosso país e que ora se agrava com a mais alta taxa de desemprego da nossa história, com o fechamento de milhares de empresas e com a falência da capacidade fiscal do Estado brasileiro.

São desafios não apenas da nossa cidade. São desafios globais.

Eu lhes ofereço meu empenho cotidiano, diuturno, incansável, para lutarmos contra essas dificuldades. Mas não basta apenas o compromisso e empenho do prefeito, de sua equipe e da prefeitura. É fundamental o trabalho em parceria entre os poderes da república. Sobretudo o trabalho do poder legislativo. Sempre tivemos o apoio da Câmara de Vereadores no nosso primeiro mandato. Temos a convicção que não será diferente nesses próximos quatro anos. Quando prefeitura e Câmara Municipal trabalham juntas, a cidade de São Paulo é que sai ganhando. É a população que colhe os dividendos de uma relação harmônica e independente entre os poderes. Fui parlamentar. Sei da importância do mandato legislativo, da força da relação com as comunidades, acredito na possibilidade de fazermos um governo juntos. Falo de coração aberto, independente de partidos. Saberemos reconhecer a importância do trabalho das vereadoras e vereadores e esperamos construir juntos uma legislação moderna e à altura da grandeza de São Paulo.

Aliás, quero aqui deixar um registro: a aprovação da emenda à Lei Orgânica do Município que enviamos à Câmara no ano passado, incorporando ao seu artigo sétimo o direito ao acesso a internet de banda larga como direito da cidadania paulistana. Acessar a internet é, no nosso tempo, um direito fundamental que estabelece uma divisão social entre conectados e desconectados, que oferece aos primeiros uma gama maior de oportunidades e acesso a bens e serviços. São Paulo pode e deve ser pioneira nesse reconhecimento. Uma expressão de direito que temos de correr atrás para torná-lo efetivo e garantido a todos.

Temos missões urgentes.

A primeira delas é continuar enfrentando e vencendo a pandemia.

Os últimos dias marcaram o recrudescimento de casos de covid no mundo. No Brasil, infelizmente, não tem sido diferente.

Na nossa primeira gestão, promovemos a maior expansão da rede pública de saúde da história da cidade. Agora, vamos, gradativamente, colocar todos os oito novos hospitais que abrimos funcionando a pleno vapor. A prioridade urgente é ativar alas específicas para covid.

A ordem é manter o que prevaleceu ao longo de todo o último ano na cidade de São Paulo: aqui ninguém ficará sem atendimento.

A segunda missão imediata é garantir a retomada segura das aulas presenciais, sob pena de comprometermos irremediavelmente o futuro de milhões de nossas crianças e jovens.

Durante a pandemia, adotamos iniciativas de aprendizagem para que nenhum aluno ficasse para trás. Mas sabemos que isso não é, nem foi suficiente. Seja pela desigualdade de acesso aos meios digitais, seja pelas perdas que a falta do convívio social acarreta na formação dos indivíduos.

O terceiro aspecto é continuar amparando a população mais diretamente afetada pela pandemia. Pessoas prejudicadas pelo desemprego, pela perda de renda, pelo empobrecimento que acompanham a evolução do novo coronavírus em todo o mundo.

Manteremos as ações assistenciais que já garantiram a doação de 2,3 milhões de cestas básicas e a transferência de recursos para mais de 1 milhão de famílias de crianças da nossa rede escolar por meio do Cartão Merenda.

Agora, a prefeitura estuda abrir espaço no orçamento deste ano para estender a concessão da Renda Básica Emergencial e assegurar o pagamento de um valor mínimo para garantir a sobrevivência de 1,2 milhão de pessoas na cidade.

Também analisamos maneiras de ajudar os empreendedores que tiveram seus negócios golpeados pela pandemia a retomar suas atividades. Nossa primeira medida foi não reajustar o IPTU neste ano e viabilizar um novo programa de parcelamento de dívidas tributárias municipais, além do congelamento do preço das tarifas de ônibus na cidade em 2021, para não pressionar o orçamento das famílias e das empresas.

Emprego, emprego, emprego.

Este será o mantra da nossa gestão, desse novo ciclo que se inicia. Vamos gerar oportunidades. Em especial para os jovens da periferia, que sofrem ainda mais as consequências dessa crise econômica e social.

Tenho fé e convicção: juntos vamos vencer e atravessar essa crise!

Temos hoje na cidade de São Paulo condições bem melhores das que tínhamos há quatro anos, quando recebemos da antiga gestão uma situação fiscal bastante comprometida.

Foram quatro anos arrumando a casa. Conseguimos e viramos o jogo, devolvendo ao município a capacidade de investir e de promover benfeitorias para todos os paulistanos, de todos os cantos da cidade –em especial, os das periferias.

Foi com responsabilidade, com estrito respeito ao dinheiro público, que fizemos justiça social.

É a partir destas condições que considero que será possível avançar ainda mais na participação do poder público municipal no enfrentamento à pandemia e na mitigação de seus efeitos.

Mais que isso, será possível realizar, nos próximos quatro anos, uma gestão transformadora para a vida da nossa população.

A São Paulo que foi às urnas com esperança espera que eu contribua para transformar essa esperança em realidade.

Não os decepcionarei.

Responderei com trabalho incessante a confiança que me foi depositada, para, juntos, superarmos as adversidades e construirmos um futuro melhor.

Nestes quatro primeiros anos, conseguimos muito, mas não conseguimos tudo.

É necessário avançar mais, ir mais longe, romper limites e fazer a diferença. É para isso que fui eleito e é o que a população espera de mim e da minha equipe. É o que promoveremos.

Espero, ao fim dos próximos quatro anos, entregar ao meu sucessor uma cidade que se orgulhe de suas conquistas. São algumas delas:

- A consolidação da expansão histórica da rede de saúde, à qual se somarão o reforço das ações de prevenção e de atenção primária e os investimentos para redução expressiva das filas de espera por consultas e exames.

- A melhoria do padrão de ensino público, com a continuidade da evolução positiva da qualidade da educação básica medida pelas notas do Ideb, com o emprego intensivo de tecnologia para ampliação das horas de estudos por crianças e jovens.

Tenho como compromisso entregar mais 12 novos CEUs e manter zerada a fila de espera por vagas em creches –pela primeira vez na história, começamos o ano sem fila, numa política especialmente voltada à primeira infância.

- A oferta de moradia digna, com condições de vida adequadas em termos de saneamento, acessibilidade, mobilidade e segurança. Até 2024, concluiremos a execução do mais ousado plano de construção de casas e apartamentos que a cidade já viu.

- A modernização do sistema de transporte público, com a inovação do transporte hidroviário na represa Billings, a renovação da frota de ônibus da cidade, a substituição dos atuais veículos por outros menos poluentes e a racionalização das linhas para que as pessoas percam menos tempo nos seus deslocamentos, além da expansão das ciclovias.

- O investimento em segurança, com o fortalecimento da Guarda Civil Metropolitana, a continuidade da modernização da iluminação pública para dar conforto e coibir crimes e a ampliação da parceria com o governo do Estado que levou São Paulo a ser a capital com menores índices de criminalidade do país.

Todos os nossos objetivos para os próximos quatro anos estarão explicitamente expressos num Programa de Metas, com indicadores claros e no qual também se apontará de onde sairão os recursos para cada uma das iniciativas. Exatamente como já fizemos em nosso primeiro governo.

Minha gestão tem coincidido com adversidades que jamais imaginei enfrentar.

Mário de Andrade, nosso célebre modernista dizia que “o essencial faz a vida valer a pena.” Minha doença permitiu que eu me reencontrasse comigo mesmo. Obrigou-me a selecionar o que realmente importa, o que vale a pena na vida.

Hoje posso dizer que me tornei um político melhor, um gestor mais atento. Tenho a saúde e a força necessárias para continuar à frente da cidade e ao lado da população.

Nestes primeiros anos, pautei minha atuação sempre pela coragem de tomar decisões. Estabeleci, com minha equipe, um paradigma: jamais nos omitirmos.

As políticas públicas avançam quando há planejamento e se trabalha em conjunto. Quando se adotam estratégias claras, com foco e competência na execução das políticas, em parceria com a comunidade e em cooperação com os demais níveis da federação –o Estado e a União.

Este sempre foi o nosso espírito à frente da prefeitura. Não importa de quem é a obra ou a política pública: se é a favor dos paulistanos, a prefeitura tem de ser parceira, colaborar, participar e ajudar.

Mas a campanha eleitoral me permitiu ir além. Me permitiu ouvir dos eleitores quais são seus maiores anseios. Permitiu, inclusive, conhecer em detalhes demandas trazidas até pelos nossos adversários.

O bom gestor deve ouvi-las todas, conhecê-las, interpretá-las e, naquilo que for justo e necessário, implantá-las. É o que me proponho a fazer.

Neste sentido, as urnas também ressaltaram a importância de acelerarmos mudanças estruturais na nossa sociedade.

Mudanças que começam pelo repúdio inegociável ao racismo.

Assumi na campanha e ora reitero meu compromisso de aumentar a participação de negras e negros nos escalões de comando da Prefeitura de São Paulo. É o que estamos fazendo designando duas mulheres negras para compor o primeiro escalão de nosso novo governo: Dra. Eunice Prudente, Secretária de Justiça e Inspetora Elza Paulino de Souza, Secretária de Segurança Urbana.

Da mesma maneira, tenho o propósito de ampliar a presença de mulheres no meu governo, algo já simbolizado neste novo secretariado, em que um terço dos titulares são mulheres, entre elas a ex-prefeita e ex-Senadora Marta Suplicy, que muito me honra em aceitar o desafio de compor nossa gestão.

Um governo que se pretenda transformador também tem de dar atenção especial à diversidade. Diversidade que é a marca desta metrópole, cidade de vários povos, credos e cores. De gente do Brasil todo. Do mundo inteiro.

Ao fim dos próximos quatro anos, pretendo ter construído uma São Paulo menos desigual e mais inclusiva. Com distâncias menores a separar as condições de vida nos extremos do nosso território e nas regiões mais bem atendidas da área central do município.

Todas estas diretrizes estarão enfeixadas por aquele que é o preceito absoluto desta nova era: o da sustentabilidade.

Vamos acelerar as políticas que tornem o respeito ao meio ambiente e a preservação dos recursos naturais eixo de todas as nossas ações e programas.

São Paulo terá papel fundamental no enfrentamento da degradação ambiental no país, incentivando e influenciando a adoção de boas práticas, a mudança de hábitos e atitudes.

Por fim, mas não menos importante, persistiremos fazendo um governo reformista, em que o poder público e a iniciativa privada se unem para produzir benefícios comuns à sociedade.

Nem o Estado máximo, nem mínimo, mas tão-somente o Estado necessário.

Na proposta de programa de governo que registrei perante a Justiça Eleitoral e que levei ao escrutínio dos eleitores ao longo da campanha dos últimos meses, indiquei os princípios que me movem e que considero serem os pilares do trabalho de um bom prefeito.

Reitero-os hoje, como forma de reforçá-los junto aos cidadãos que irei administrar até 31 de dezembro de 2024.

Eles exprimem o meu jeito de governar. É com base neles que vou continuar cuidando da minha cidade. Da nossa cidade. De São Paulo.

Primeiro: é preciso humildade para reconhecer os erros, não ter receio de recuar e corrigir rapidamente os rumos. Ninguém é dono da verdade.

Segundo: ter sempre visão abrangente e compreender todo o contexto econômico e social do nosso país, do nosso Estado e da nossa cidade.

Terceiro: conhecer profundamente a administração pública e colocar a gestão e o planejamento baseados em evidências como fundamentos decisivos para aproveitar os recursos da melhor forma e otimizar os resultados.

Quarto: incorporar a dimensão ambiental em todas as áreas da gestão pública.

Quinto: inovar, ser criativo, ter coragem e determinação para enfrentar incertezas.

Sexto: ter tolerância democrática para ouvir o outro, aceitar críticas e sugestões, aprender sempre e compreender as vozes que vêm da sociedade.

Sétimo: agir com ética sempre.

Oitavo: trabalhar em parceria para transformar a sociedade. Política é tarefa coletiva; ninguém faz nada sozinho.

Nono: ampliar os limites do possível, levar a política mais longe e estar mais perto das pessoas.

E, décimo: gostar do que se faz, para fazer com amor e dedicação, servindo a um só interesse: o dos cidadãos.

Estou convencido de que é possível fazer política sem ódio, fazer política falando a verdade.

O povo paulistano deixou claro que não quer confrontos nem divisões, mas sim um prefeito que governe para todos, num país que seja para todos.

É preciso menos polarização, mais conversa e criação de consensos a favor das pessoas e do nosso Brasil.

O momento, em especial, é de diálogo.

Diálogo e união que colaborem para que o nosso país encontre melhores caminhos, que respeitem e fortaleçam a nossa democracia, zelem pelas nossas instituições, valorizem a participação cidadã e defendam, firmemente, nossas conquistas civilizatórias.

Sempre que alguma dessas conquistas estiver sob ameaça, podem ter certeza: a cidade de São Paulo se levantará em sua defesa.

A crise global está servindo para que São Paulo se confirme como cidade solidária, consciente e colaborativa.

A covid-19 provou mais uma vez que nossa força reside em estarmos juntos, caminharmos juntos, agirmos juntos. Em, sobretudo, vencermos juntos.

São Paulo vai continuar a dar exemplo e a apontar caminhos para a nação. Humildade, planejamento, união são os pilares para avançarmos e construirmos juntos uma cidade mais justa e melhor.

Para construir uma administração ainda mais eficiente, inovadora e conectada aos cidadãos.

Para tornar a cidade mais próspera, sustentável, acolhedora, inclusiva e, acima de tudo, justa.

São Paulo é terra de tantos artistas e poetas. A cultura que nos diferencia cria nossa identidade, revela quem somos, para que viemos e no que acreditamos. Por isso, escolho encerrar minhas palavras citando um trecho de uma música de um jovem poeta paulistano da zona norte, Projota, que traduz com três palavras meu compromisso com São Paulo e, em grande medida, com a vida:

“Foco: um objetivo para alcançar. Força: pra nunca desistir de lutar e Fé: pra me manter de pé... Só preciso de foco, força e fé.”

Contem comigo, juntos, faremos da nossa cidade um lugar melhor para se viver.

Muito obrigado!

Comentários

  1. Fico feliz devparticiparbdavfundacaibdi PSDB, junto com Mário Covas. E, hoje, assistir seu neto assumindo a administração da cidade de São Paulo. A minha Sampa precisa de cuidados gerais, uma reforma. A limpeza diminui, inclusive, contaminações. Precisamos ter ações globais rua a rua.

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