Russomanno se associa a Bolsonaro e vira alvo em debate na Band

Candidato do Republicanos, que lidera as pesquisas, é atacado por rivais em primeiro debate da eleição e se apresenta como único que tem a ‘amizade’ do presidente

Celso Russomanno (Republicanos)

O primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, transmitido nesta quinta-feira, 1, pela TV Band, seguiu o roteiro mais tradicional das campanhas políticas. Os 11 participantes tentaram se apresentar aos eleitores e marcar posição em relação aos competidores, por meio de ataques e suas principais propostas. Líder da última pesquisa do Ibope, publicada pelo Estadão na semana passada, Celso Russomanno (Republicanos) foi o alvo preferencial e tentou deixar clara sua ligação com Jair Bolsonaro ao se apresentar como o “único candidato que tem amizade com o presidente”.

O ataque a Russomanno começou logo no segundo bloco, quando Joice Hasselmann (PSL) lembrou a suspeita de que o deputado federal recebeu R$ 50 mil não contabilizados da Odebrecht na campanha eleitoral de 2010. “O senhor conhece Itacaré?”, perguntou a candidata fazendo referência ao apelido que o parlamentar teria no sistema Drousys, onde a empreiteira registrava o pagamento de propinas. Russomanno sempre negou ter recebido os repasses irregulares. No debate, afirmou que Joice estava “inventando coisas”. 

O candidato do Republicanos foi cobrado, então, por já ter apoiado governos do PT no passado, embora se apresente agora como aliado de Bolsonaro. As críticas foram feitas tanto por Joice quanto por Arthur do Val (Patriota), dois candidatos que buscam reforçar sua afinidade com o eleitor conservador. Joice aproveitou a deixa para lembrar sua participação nos protestos de rua de 2016 que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A participação nos protestos, inclusive, ajudou Joice a ser a deputada mais bem votada em 2018. 

Ao todo, seis participantes do debate citaram o parlamentar. Além de Joice e Arthur, o prefeito Bruno Covas (PSDB), Jilmar Tatto (PT), Guilherme Boulos (PSOL), Marina Helou (Rede) criticaram Russomanno nos blocos seguintes. O deputado buscava responder com citações a Bolsonaro ou, sempre em tom de voz pausado, dizendo que conhece o eleitorado pobre. “As pessoas aqui falam, mas não sabem de gente. Sei como trazer recursos para pessoas mais carentes”, afirmou o candidato, ao reafirmar que pretende criar um auxílio emergencial municipal. “Ele (Bolsonaro) pegou no meu braço e disse: ‘Celso, cuide de São Paulo. A gente precisa cuidar das pessoas que estão passando necessidade’. Sou o único candidato que tem amizade com o presidente e que vai trazer o benefício para São Paulo”, disse. 

Fonte: O Estado de S.Paulo

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