Em entrevista a rádio gaúcha, FHC fala sobre a crise no governo Bolsonaro


Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falou em programa da Rádio Gaúcha sobre cenário atual político no país

FHC: Bolsonaro deveria se afastar de familiares e atuar como ...
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso 

GAÚCHAZH


Depois da instabilidade instaurada no país com os episódios envolvendo a demissão do ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e a saída do ministro da Justiça Sergio Moro, Jair Bolsonaro pode estar dando sinais de recuo ao demonstrar interesse em manter o ministro da Economia, Paulo Guedes. Isso é o que pensa o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso (FHC).

— Parece que está muito inquieto (Bolsonaro), muda de ideia, não tem rumo definido, cria situações inusitadas. Teríamos que ter um presidente mais controlado e calmo — disse, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (28) ao citar as atitudes do presidente em relação ao enfrentamento à pandemia de coronavírus no Brasil.

O cientista político também opinou sobre o que significaria um pedido de renúncia por parte de Bolsonaro ou a instauração de um processo de investigação por crime de responsabilidade. FHC é cauteloso:

— Não conheço, não sei como ele (atual presidente) é como pessoa. Uns não aguentam e renunciam, mas outros são mais frios. Tenho a sensação de que ele tem momentos de estouros, não descarto a possibilidade de ele ver que está demais. Mas com sinceridade, pensando no Brasil: são processos traumáticos (renúncia ou impeachment). Melhor seria se ele tomasse juízo. Sempre fui partidário, é melhor aguentar com paciência.

Em sua despedida, o ex-juiz acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal ao pressionar pela saída de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral. A acusação deu origem a pelo menos três pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados desde a semana passada. Além disso, outros pedidos contra Bolsonaro foram causados por sua participação nos atos pró-intervenção militar do último dia 19 

— Eu não sou bacharel (em Direito), não tenho a competência técnica para dizer. Se ele agiu dessa maneira (no caso da PF), é possível pensar em crime de responsabilidade. Mas depende da questão subjetiva. É um instrumento pra desgastar o presidente. Sobre o Moro, se ele diz isso, ele sabe a base que tem para dizer. Por isso as pessoas querem esclarecimento.


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