'É cedo para falar em flexibilização na capital', diz secretário de Saúde de SP


Há UTIs lotadas e momento é delicado, diz Edson Aparecido

O secretário municipal de Saúde , Edson Aparecido e o prefeito Bruno Covas

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido (PSDB-SP), acredita que ainda é precipitado prever que a capital poderá flexibilizar a quarentena a partir do dia 11 de maio.

"O momento é delicado", diz ele. "Ainda estamos em um momento de muita pressão sobre os hospitais públicos, que estão com 70% dos leitos de UTIs ocupados. Não dá para bobear", segue.

"Estamos conseguindo segurar nessa média e alguns podem ter a impressão de que o pior está passando. E não está. Nosso pessoal [de saúde] continua muito firme [na defesa do isolamento social]. Os números mostram que a doença está avançando."

Na segunda (20), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), informou que anunciará na quarta (22) um planejamento de reabertura gradual de setores produtivos no estado "que será implementado após o término desta etapa da quarentena, em 10 de maio".

Doria não especificou que setores poderão retomar as atividades e afirmou que as medidas "estarão alinhadas" com o comitê de saúde do centro de contingência do coronavírus, integrado por cientistas e médicos.

"Temos ainda 20 dias pela frente até 11 de maio. A situação em algumas cidades do estado é relativamente mais tranquila. Mas, por enquanto, a gente não tem elemento para mudar de posição na capital", diz Edson Aparecido.

"Na cidade de São Paulo, o isolamento produziu resultados efetivos, auxiliou muito o sistema de saúde a se preparar para a pandemia", afirma o secretário.

"Ainda assim, estamos perto de lotação nas UTIs dos hospitais públicos. Alguns já estão com todos os leitos ocupados", segue ele.

"É uma corrida e precisamos de tempo. O hospital de Parelheiros, por exemplo, está com 100% de ocupação na UTI. Mas nesta semana abriremos outros 30 leitos. Abrimos mais três aqui, dez ali, e vamos conseguindo", relata o secretário.

Mônica Bergamo - Folha.com

Comentários