‘Faz-se acirramento ideológico sem discutir o que importa na Educação’, diz deputado Pedro Cunha Lima


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O presidente da Comissão de Educação da Câmara, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB)

BR Político

Presidente da Comissão de Educação da Câmara, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) não esconde sua decepção com o que se tornou a audiência pública do ministro Abraham Weintraub, na última quarta-feira. Durante oito horas, o ministro e os deputados trocaram ataques e acusações mútuas. Cunha Lima diz ao BRPolítico que tudo isso “se distancia do debate real dos problemas da Educação”.

BRP – O que o senhor achou de toda a confusão ocorrida durante a audiência pública do ministro Abraham Weintraub na Comissão de Educação?
Pedro Cunha Lima – “É um retrato do que é consequência da extrema polarização e da radicalização política. Você vê, foram quase oito horas de reunião para ter, praticamente, só acirramento ideológico o tempo inteiro. Sem muita profundidade nos problemas, sem discutir o que importa”.

BRP – O que deveria ter sido tratado, na sua opinião?
Cunha Lima – “O novo Fundeb. De que maneira a gente vai formar os professores. Como vai implementar a base nacional comum curricular. Como zerar o deficit de creches. Como fazer com que a carreira do professor seja atrativa. Nada disso se debate com profundidade. É muito mais o debate na superfície ideológica, polarizada e radicalizada. De que tem maconha em universidade e eu não quero isso para o meu filho. E, do outro lado também, os ataques sempre de cunho ideológico. É tudo muito triste”.

BRP – O tema da audiência pedida pelos deputados, de interpelar o ministro sobre as declarações dele sobre existência de drogas nas universidades, já indicava que a reunião seria agitada…
Cunha Lima -“Para você ter uma ideia, na apresentação, o ministro dispõe de um tempo de trinta minutos, prorrogáveis por mais quinze. E a apresentação foi feita com base em reportagens de vários jornais sobre a apreensão de maconha em universidades, de vários prints que ele mesmo fez, no próprio notebook dele, antes de dormir, segundo ele. Ele botou no Google maconha e universidade, começou a printar, inclusive episódios que a própria Justiça já provou que não tem nada a ver com universidades. Enfim, eu não sei os detalhes dessa coisa toda, não. Mas o fato é que, de maneira objetiva, você tem dois lados. Um lado que, na convocação coloca esse escopo de convocar o ministro para falar dessa declaração de ter maconha na universidade. E do outro lado, o ministro que faz disso uma excelente plataforma de debate ideológico, de cunho político. E tudo se distancia do debate real dos problemas da Educação, que são os que eu mencionei. É tudo uma cortina de fumaça”.

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