PSDB paulista entra com representação contra Marcio França no Ministério Público


Partido acusa governador de atrasar recursos para prefeita que se reuniu com João Doria

Géssica Brandino - Folha.com

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Marcio França e João Doria

O diretório regional de São Paulo do PSDB protocolou uma representação no Ministério Público do estado nesta segunda-feira (23) contra o governador Márcio França (PSB) por improbidade administrativa. O partido solicita a instauração de inquéritos civil e criminal para apurar se houve atraso no repasse de recursos para o município de Ocauçu, interior paulista, pelo fato da prefeita se reunir com João Doria.

A acusação tem como base áudios divulgados em grupos de WhatsApp na sexta-feira (20) em que um assessor do deputado Abelardo Camarinha (PSB) diz que França teria mandado segurar o repasse de R$100 mil de uma emenda destinados a Ocauçu após reunião da prefeita Alessandra Colombo Marana com o ex-prefeito.

Na gravação, feita no dia 5 de abril —antes de França assumir o cargo no lugar de Geraldo Alckmin— Bruno Gaudêncio diz à prefeita: “Seu convênio estava ‘no forno’ para sair. Vocês foram em uma reunião com o Doria, mandaram umas fotos pro pessoal do Palácio [dos Bandeirantes], o Márcio [França] pediu para segurar algumas, infelizmente você tá no bolo, mas pode ficar tranquila que sai, mais tardar uns dez dias”.

“Tudo bem. Sem problema. Eu aguardo. Eu não escondo de ninguém que eu sou PSDB né? Como que eu faço isso? Só que a turma que trabalha aqui para ele é fiel. E é o que você falou, a verba é divulgado pro Município, independente de partido porque eu trabalho independente de partido”, responde Alessandra.

Em nota, o governador Márcio França diz que não conhece os envolvidos no áudio e não autoriza ninguém a falar em seu nome. "Lamentavelmente, mentiras e fofocas fazem parte da eventual disputa eleitoral que se aproxima", afirma.

O assessor Bruno Gaudêncio diz que o teor da conversa é de sua inteira responsabilidade e que em nenhum momento alguma emenda deixou de ser liberada por questões partidárias. “Nunca houve ingerência nenhuma do Palácio, muito menos do governador Márcio França. Ele não era o governador em exercício, era o Geraldo Alckmin”, afirmou.

Segundo Gaudêncio, o pagamento da emenda é feito conforme disponibilidade de recursos no caixa do estado e diz que foi uma “falha infeliz” da parte dele, pela “certa liberdade que tinha com a prefeita”, citar a reunião com Doria na conversa.

“O PSDB está usando de uma conversa privada entre mim e a prefeita para tentar prejudicar a campanha e a imagem do governador Márcio França, que nada tem a ver com a minha conversa com a prefeita de Ocauçu”, declarou.

França e Doria são pré-candidatos ao governo de São Paulo. Em uma troca de farpas recente, o tucano chamou o governador de “Márcio Cuba”, que respondeu chamando Doria de mimado e que aparentava estar possuído.

Após o episódio, Doria afirmou que a questão estava superada e que faria uma campanha focada em propostas e não em ataques.

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